Supermajors do petróleo

Shell tem conversas iniciais para adquirir concorrente BP

Gigante anglo-holandesa busca incorporar rival britânica, avaliada em US$ 80 bilhões, enquanto pressões do mercado reacendem ofensiva entre supermajors

Trabalhadores em estoques de barris de petróleo, na cor verde, no Reino Unido (Foto Divulgação BP)
Estoques de petróleo no Reino Unido (Foto Divulgação BP)

A Shell está em negociações iniciais para adquirir a rival BP, no que seria o maior negócio no setor de petróleo em gerações, disseram pessoas familiarizadas com o assunto. As negociações entre representantes da empresa estão ativas, afirmaram as pessoas, e a BP está considerando a abordagem cuidadosamente.

A aquisição da BP colocaria a Shell em uma posição mais firme para desafiar concorrentes maiores, como a ExxonMobil e a Chevron. Seria uma combinação histórica de duas das chamadas “supermajors petrolíferas”, um grupo de gigantes multinacionais que dominam a produção das fontes de energia mais importantes do mundo.

Os termos potenciais de qualquer acordo não eram conhecidos e uma fusão está longe de ser certa, alertaram as pessoas familiarizadas com o assunto. As discussões estão avançando lentamente, acrescentou uma das pessoas.

A BP está atualmente avaliada em cerca de US$ 80 bilhões. Levando em conta o ágio, um acordo pode acabar sendo o maior negócio corporativo de petróleo desde a megafusão de US$ 83 bilhões que criou a ExxonMobil na virada do século.

Também seria facilmente o maior acordo de fusão e aquisição do ano até o momento, em um mercado que tem sido abalado pela guerra comercial do presidente Trump e outras tensões geopolíticas.

Um porta-voz da Shell disse: “Como já dissemos muitas vezes, estamos fortemente focados em capturar o valor da Shell, continuando a focar em desempenho, disciplina e simplificação.”

Um porta-voz da BP não quis comentar.

A Shell entra nas negociações com uma posição forte, com suas ações superando significativamente as da BP nos últimos anos. A Shell, que, assim como a BP, tem sede no Reino Unido, mas opera em todo o mundo, tem um valor de mercado de mais de US$ 200 bilhões.

A BP tem ficado para trás das principais petrolíferas após uma tentativa frustrada de abandonar os combustíveis fósseis e migrar para energias renováveis. Ela também sofreu anos de turbulências na gestão e desastres operacionais.

O investidor ativista Elliott Investment Management, que detém mais de 5% das ações da BP, tem pressionado por mudanças na empresa de energia desde pelo menos fevereiro, ressaltando a exposição da produtora de petróleo e gás natural a uma potencial oferta de aquisição por parte de uma rival.

Em Londres, as ações da Shell caíram 0,81% e as da BP cederam 3,55%.

Com informações da Dow Jones Newswires.

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