Transição marítima

Porto de Roterdã testa abastecimento de navio com amônia

Primeiros navios projetados para utilizar amônia como combustível devem começar a operar entre 2026 e 2027

Crédito: Bob van Bruggen/Port of Rotterdam Authority
Crédito: Bob van Bruggen/Port of Rotterdam Authority

O Porto de Roterdã, na Holanda, anunciou na segunda (14/4) que realizou com sucesso um piloto de abastecimento de amônia entre embarcações, no dia 12 de abril.  A operação foi conduzida pelas empresas Trammo, OCI e James Fisher Fendercare, e ocorreu no terminal da Maasvlakte 2.

“A introdução e ampliação do uso da amônia como combustível naval também é viável porque a indústria já possui infraestrutura para produção, armazenamento, transporte e distribuição de amônia globalmente”, afirma o porto em nota.

Durante o teste, foram transferidos 800 metros cúbicos de amônia líquida, resfriada a -33°C, entre dois navios atracados. 

A operação durou cerca de duas horas e meia e, segundo os organizadores, “foi realizada com segurança e sem liberação de amônia no porto”. 

O teste validou o marco regulatório de segurança para esse tipo de abastecimento e demonstrou a viabilidade técnica da operação ship-to-ship.

A OCI, dona e operadora do terminal de amônia, forneceu o combustível, enquanto a Trammo operou os dois navios-tanque e a James Fisher Fendercare forneceu os equipamentos e conhecimento técnico para garantir uma transferência segura.

Futuro multicombustível

A amônia verde é considerada uma das alternativas promissoras para descarbonizar o setor marítimo. Embora o piloto tenha usado amônia cinza — produzida a partir de fontes fósseis —, suas propriedades químicas são idênticas às da obtida a partir de fontes renováveis.

A expectativa é que os primeiros navios projetados para utilizar amônia como combustível comecem a operar em 2026 ou 2027, segundo o Porto de Roterdã, que hoje é o segundo maior porto de abastecimento do mundo, movimentando cerca de 10 milhões de toneladas de combustível por ano.

A iniciativa é parte dos preparativos para estabelecer uma infraestrutura de abastecimento multicombustível.

“O Porto de Roterdã pretende viabilizar o abastecimento de todos os combustíveis alternativos de baixo carbono no futuro”, diz a nota. 

O piloto integra o programa europeu MAGPIE, que reúne portos, universidades, centros de pesquisa e empresas com o objetivo de promover inovação e sustentabilidade.

O centro de pesquisa Mærsk Mc-Kinney Møller Center for Zero Carbon Shipping participa do projeto e será responsável por disseminar internacionalmente os aprendizados da experiência do programa MAGPIE pela União Europeia.

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