Foco em biocombustíveis

Lula diz que Brasil e Índia podem ser motores de desenvolvimento baseado em energias limpas 

Lula citou a criação da Aliança Global dos Biocombustíveis e importância da experiência brasileira para a parceria

Primeiro-Ministro da Índia, Narendra Modi e o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a Sessão plenária “Meio Ambiente, COP30 e Saúde Global”, no Museu de Arte Moderna (MAM). Rio de Janeiro - RJ. Foto: Ricardo Stuckert / PR
Primeiro-Ministro da Índia, Narendra Modi e o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a Sessão plenária “Meio Ambiente, COP30 e Saúde Global”, no Museu de Arte Moderna (MAM). Rio de Janeiro - RJ. Foto: Ricardo Stuckert / PR

BRASÍLIA — Em uma declaração à imprensa nesta terça-feira (8/7), durante a visita do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que “Brasil e Índia podem ser os motores de um novo modelo de desenvolvimento baseado em energias limpas”. 

Lula afirmou que o Brasil chegará à COP30, que ocorrerá em Belém em novembro, como líder da transição energética justa, demonstrando que é possível conciliar a redução de emissões de gases de efeito estufa com o crescimento econômico e a inclusão social.

A declaração vem na esteira do documento final do Brics, lançado no domingo (6/7), onde seus onze membros reforçam o papel dos combustíveis fósseis na segurança energética e cobram financiamento climático de países ricos.

Segundo o presidente brasileiro, a parceria com a Índia na Aliança Global para Biocombustíveis, lançada durante a presidência indiana do G20 em 2023, é um exemplo de como ambos podem se posicionar nesse novo modelo de desenvolvimento.

Lula ressalta o papel da Índia como o mercado de bioenergia que mais cresce no mundo, com meta de ampliar a mistura de etanol na gasolina para 20% e de 5% de biodiesel na composição do diesel. 

Neste contexto, a larga experiência brasileira com biocombustíveis e o fato de a matriz de transportes brasileira já ter consolidado os motores flex são questões apontadas no comunicado desta terça para fortalecer os pontos em que o Brasil poderá contribuir nessa parceria.

Florestas, tecnologia e relações comerciais

Lula convidou o primeiro ministro indiano a se juntar ao Fundo Florestas Tropicais para Sempre, uma iniciativa que busca remunerar países que preservam suas florestas.

Os planos para a relação bilateral incluem o desenvolvimento tecnológico e defesa. Lula elogiou as políticas indianas de infraestruturas públicas digitais, que se contrapõem à concentração de empresas privadas, e manifestou o desejo de criar um centro de excelência no Brasil para trazer esse potencial.

A colaboração no desenvolvimento e produção de vacinas e medicamentos também é uma prioridade, visando fortalecer o complexo industrial da saúde brasileiro.

Na área de defesa, Lula ressaltou que a busca por autonomia em um mundo polarizado aproxima as políticas dos dois países. As visitas recentes dos três comandantes das Forças Armadas brasileiras à Índia demonstram a seriedade dessa cooperação.

O presidente Lula expressou ao primeiro-ministro Modi a disposição da Embraer de consolidar sua presença na Índia em parceria com empresas locais, com transferência de tecnologia e formação profissional, enxergando nos aviões da empresa um meio para a Índia concretizar o plano UDAN (sigla em hindi que significa “que todos possam voar).

Também defendeu ser necessário impulsionar o fluxo comercial bilateral, que atualmente está em US$ 12 bilhões, considerado aquém do potencial das duas economias.

“Quando estive na Índia, há 20 anos, tínhamos como perspectiva chegar a 15 bilhões de dólares”, lembrou Lula, indicando a determinação de triplicar esse valor em curto prazo.

Desde a cúpula do G20 em Nova Délhi, em setembro de 2023, mais de 70 missões brasileiras de promoção comercial e de investimentos foram à Índia, e o Brasil recebeu 40 visitas técnicas indianas.

Inscreva-se em nossas newsletters

Fique bem-informado sobre energia todos os dias