Internacional

Por telefone, Lula diz a Maduro para evitar "medidas unilaterais" em disputa com Guiana

Presidente da República conversou no sábado com o mandatário venezuelano sobre escalada do conflito entre os países

Durante telefonema, Lula diz a Maduro para evitar "medidas unilaterais" em disputa com Guiana sobre área de Essequibo. Na imagem: Presidente Lula recebe o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, no Palácio do Planalto, em 29/5/2023 (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Lula recebe o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, no Palácio do Planalto, em 29/5/2023 (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

RIO – O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu, na manhã deste sábado (9/12), telefonema do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, para discutir a escalada da tensão com a Guiana na disputa pelo território de Essequibo, informou o Planalto.

Durante a conversa, Lula afirmou que “é importante evitar medidas unilaterais que levem a uma escalada da situação”.

De acordo com comunicado divulgado pela Presidência da República, Lula “transmitiu a crescente preocupação dos países da América do Sul sobre a questão do Essequibo, expôs os termos da declaração sobre o assunto aprovada na Cúpula do Mercosul e assinada por Brasil, Uruguai, Paraguai, Argentina, Colômbia, Peru, Equador e Chile, e recordou a longa tradição de diálogo na América Latina e que somos uma região de paz”.​

O presidente brasileiro sugeriu ainda a mediação do conflito pelo presidente de turno da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), Ralph Gonsalves.

“O presidente Lula reiterou que o Brasil está à disposição para apoiar e acompanhar essas iniciativas”, informou o comunicado.

Escalada das tensões

No domingo (3/12), os venezuelanos aprovaram a anexação do território em um referendo com participação de 10 milhões de eleitores.

Desde então, Maduro ordenou a criação de um estado em Essequibo, divulgou um novo mapa da Venezuela com o território, criou a PDVSA Essequibo e determinou a exploração e produção de petróleo na área, além de solicitar uma lei que dê prazo de três meses para as petroleiras suspenderem as atividades no local.

O presidente da Guiana, Mohamed Irfaan Ali, reagiu acionando o Conselho de Segurança da ONU e pedindo apoio do governo dos Estados Unidos, que conduziu exercícios militares no país.