Kiev (Pavel Polityuk, Reuters) – Kiev considerará permitir que a amônia russa transite em seu território para exportação, desde que o recém-renovado acordo de grãos do Mar Negro seja expandido para incluir mais portos ucranianos e uma gama mais ampla de commodities, disse uma fonte do governo à Reuters.
Os comentários são a primeira vez que Kiev expõe publicamente sua posição sobre a amônia russa, que Moscou deseja enviar pelo Mar Negro sob o acordo.
A Iniciativa de Grãos do Mar Negro intermediada pela Turquia e pelas Nações Unidas em julho do ano passado facilita “a navegação segura para a exportação de grãos, alimentos e fertilizantes relacionados, incluindo amônia” de três portos ucranianos.
A fonte do governo ucraniano, que pediu para não ser identificada, disse à Reuters que o texto do acordo não cobre o trânsito de amônia russa pela Ucrânia.
A Rússia, um grande exportador de amônia, tem pressionado para que o fornecimento do produto seja retomado através de um duto de Togliati, na Rússia, até o porto de Pivdennyi, no Mar Negro, perto de Odesa, projetado para bombear até 2,5 milhões de toneladas de amônia por ano.
A Rússia costumava exportar 4,4 milhões de toneladas de amônia por ano, 20% do comércio marítimo global, antes de invadir a Ucrânia em fevereiro do ano passado.
Apenas três dos principais portos da Ucrânia no Mar Negro estão incluídos no acordo. Kiev disse repetidamente que quer que o acordo contemple mais mercadorias e portos.
A fonte do governo disse que o texto acordado na quarta-feira não faz menção ao duto e trânsito de amônia Togliati-Odesa e que um novo acordo será necessário se a rota da Ucrânia for coberta. Em troca, a Ucrânia poderá fazer exigências.
“Dizemos o seguinte: se (o acordo) inclui um duto de amônia, então a Ucrânia deve obter algumas coisas adicionais que servirão aos nossos interesses nacionais”, disse a fonte.
A fonte não esclareceu quais commodities adicionais a Ucrânia quer incluir.
Autoridades disseram anteriormente que o país, que costumava exportar aço através do Mar Negro, precisa exportar produtos siderúrgicos.
No Brasil, preço do gás inviabiliza produção doméstica
A Petrobras vai agir “dentro da responsabilidade financeira” nas negociações com a Unigel sobre o preço do gás natural fornecido às fábricas de fertilizantes da Bahia e Sergipe, disse nesta quarta (17/5) o diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da estatal, Maurício Tolmasquim, durante o Seminário de Gás Natural do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP).
“Mas tem um limite do que é possível”, ressaltou Tolmasquim.
As fafens pertencem à Petrobras, mas foram arrendadas para a Unigel no governo de Jair Bolsonaro (PL). Na gestão passada, a petroleira tinha planos de sair do segmento. A Petrobras é uma — mas não a única — fornecedora da Unigel, no mercado livre de gás. Relembre: O que o mercado livre de gás já ensinou, segundo a Unigel
A empresa do setor químico alega que as operações da planta de Sergipe passaram a ficar inviáveis depois da queda do preço da ureia no mercado internacional. Os preços do gás natural também caíram este ano, mas não na mesma intensidade.
Nessa cobertura
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Unigel aguarda definição para voltar a operar
Tolmasquim disse que, estratégica para o país, a produção nacional de fertilizantes é “uma prioridade para o governo” e que as negociações entre Petrobras e Unigel seguem. “Temos uma equipe de comercialização sentada com a equipe da Unigel tentando ver se encontra um ponto que atenda a eles”, comentou.
A Unigel reduziu o ritmo das atividades de manutenção da unidade de Sergipe enquanto aguarda as negociações sobre os preços de suprimento de gás com a Petrobras.
Na semana passada, o diretor executivo de Compras da Unigel, Luiz Antônio Nitschke, disse que era “prematuro” falar em hibernação das unidades em Sergipe e na Bahia.
“A planta de Sergipe está parada por manutenção, estamos fazendo isso de forma lenta, até para economizar, mas a hora que tiver o gás competitivo, voltamos”, disse.