"Esforços ilegais para derrubar uma eleição democrática": CEOs e empresas condenam tentativa de golpe pró-Trump

Extremistas pró-Trump invadem Congresso dos EUA em tentativa frustrada de golpe
Com informações de NBC News, AP e Reuters

Presidentes, conselheiros e importantes executivos – entre eles, grandes apoiadores de Donald Trump –, correram nesta quarta (6) para condenar o ataque ao Congresso dos EUA, em uma tentativa frustrada de golpe dos apoiadores do presidente republicano derrotado nas urnas em novembro.

Em comunicado, a Business Roundtable afirmou que o caos foi provocado pelos “esforços ilegais para derrubar uma eleição democrática”.

A associação empresarial reúne os maiores grupos fundados nos EUA, como a gigante de tecnologia Alphabet, controladora do Google, Amazon e Apple; ou as majors do setor de óleo e gás ExxonMobil e Chevron.

“O caos que se desenrola na capital do país é o resultado de esforços ilegais para reverter os resultados legítimos de uma eleição democrática. O país merece mais. A Business Roundtable apela ao presidente [Donald Trump] e a todos os agentes relevantes que ponham fim ao caos e facilitem a transição pacífica de poder”

Do mercado financeiro, o CEO da Blackstone e importante aliado de Donald Trump, Stephen Schwarzman, classificou o evento de “insurreição” e “uma afronta aos valores democráticos que consideramos caros como americanos”.

“Estou chocado e horrorizado com a tentativa dessa multidão de minar nossa constituição. Como eu disse em novembro, o resultado da eleição é muito claro e deve haver uma transição de poder pacífica”, afirma Schwarzman.

Co-fundador da Blackstone, empresa de private equity fundada em Nova York em meados dos anos 1980, foi aliado de primeira hora de Trump e fez campanha pela sua reeleição e continuidade dos “anos lucrativos” para Wall Street.

Jamie Dimon, presidente e CEO do banco JPMorgan Chase publicou um comunicado afirmando que as ações violentam não representariam os EUA.

“Somos melhores do que isso. Nossos líderes eleitos têm a responsabilidade de pedir o fim da violência, aceitar os resultados e, como nossa democracia tem feito por centenas de anos, apoiar a transição pacífica de poder”, afirma Dimon.

O CEO da BlackRock, Larry Fink afirmou que “a transferência pacífica de poder é a base de nossa democracia. Somos quem somos como nação por causa de nossas instituições e processos democráticos ”

Vice desembarca e condena invasão

“Condenamos a violência que ocorreu aqui nos termos mais fortes possíveis”, afirmou o vice-presidente de Trump, o republicano Mike Pence, na reabertura da sessão de confirmação da eleição de Joe Biden.

Uma mulher foi morta pelo disparo de uma arma de fogo dentro do Congresso dos EUA, após a invasão por apoiadores de Trump.

A declaração de Pence foi feita após Trump afirmar que ele não teve a “coragem para fazer o que precisa ser feito”, em alusão a expectativa falsamente criada pelo  quanto à possibilidade de Pence bloquear a confirmação do resultado eleitoral ao presidir a sessão.

Tradicionalmente, o encontro do Congresso é uma formalidade, uma cerimônia no poder Legislativo americano em que são lidos os votos dos delegados escolhidos nas eleições indiretas e confirmada a escolha do próximo presidente do país.

Em caso de contestação, a sessão é divida entre Câmara e Senado, que votam por acatar ou não a disputa. A despeito da força política de Donald Trump, que possui aliados fiéis eleitos entre os republicanos e recebeu mais de 74 milhões de votos, a expectativa era que a sessão terminaria com a confirmação da eleição de Biden.

Na retomada dos trabalhos, por volta das 20h no horário local, lideranças do partido Republicano cobraram a retirada das objeções para que as eleições presidenciais dos EUA possam, finalmente, caminhar para um desfecho.

Os americanos estão votando desde setembro, passando pela noite das eleições em 3 de novembro e o segundo turno para a escolha dos senadores da Georgia nesta quarta (6), que garantiu a Biden o controle virtual do Senado – com 50 senadores de cada partido, o empate favorece o governo.

Em sua busca para reverter ilegalmente o resultado das eleições, Trump transformou a sessão de hoje em uma espécie de última frente de batalha para engajar seus apoiadores mais radicais, levando à invasão do Congresso poucas horas após o presidente derrotado terminar um comício em Washington, D. C., capital dos EUA.

[sc name=”newsletter” ]