RIO — O Egito e a França anunciaram, na terça (8/4), um acordo no valor de 7 bilhões de euros para a construção de uma usina de produção de hidrogênio e amônia verde na região de Ras Shoukair, no Mar Vermelho, no Egito.
O contrato foi assinado por representantes da Autoridade dos Portos do Mar Vermelho, da Autoridade de Energia Nova e Renovável do Egito (NREA), da empresa egípcia Zero Waste e da francesa EDF Renewables.
O acordo ocorreu em meio à visita oficial do presidente francês, Emmanuel Macron, ao Cairo, onde se reuniu com o presidente do Egito, Abdel Fattah El-Sisi.
A planta de hidrogênio verde será desenvolvida em três fases, com produção total prevista de 1 milhão de toneladas anuais de amônia.
Segundo o vice-primeiro-ministro para Desenvolvimento Industrial e ministro dos Transportes egípicio, Kamel el Wazir, o consórcio EDF Renewables-Zero Waste injetará investimentos diretos no valor de € 2 bilhões para financiar a primeira fase do projeto, que produzirá anualmente 300 mil toneladas de amônia verde.
“O acordo se enquadra nas diretrizes presidenciais para acelerar os esforços de localização da indústria do hidrogênio verde e seus derivados e criar um clima favorável ao investimento, o que reforçará a posição do Egito como um centro regional e global de energia e combustíveis verdes”, disse.
Detalhes do projeto
Foram destinados 368 km2 para o complexo industrial e parques de geração solar e eólica, além de 1,2 milhão de m2 para a planta de produção de hidrogênio e amônia. Também será construído um cais de 400 metros e profundidade de 17 metros para transporte marítimo no Mar Vermelho.
Parceria Egito-França
Além disso, os governos do Egito e França assinaram outros dez acordos institucionais e onze acordos econômicos durante o fórum empresarial, abrangendo áreas como saúde, transporte, água e energia renovável.
“Macron e eu concordamos sobre a importância de implementar todos os aspectos da nossa nova parceria estratégica, com foco no fornecimento de apoio mútuo para indicações internacionais, no aprimoramento da cooperação na localização de indústrias ferroviárias, na formação técnica e profissional, na inteligência artificial, na segurança cibernética e na produção de hidrogênio verde”, disse o presidente egípcio, El-Sisi.
A proximidade com a Europa, além da grande disponibilidade de sol, acaba posicionando países do Norte da África, como o Egito, como nações competitivas para produção e exportação de hidrogênio e amônia verde.
No último leilão do H2Global, por exemplo, saiu vencedor um projeto no Egito liderado pela joint venture Fertiglobe, formada pela Adnoc com participação do grupo OCI.