Antitruste

EUA aprovam restrições antitruste em fusões da Exxon e Chevron

Acordos restringem atuação de ex-CEOs das adquiridas nos conselhos após alegações de conspiração sobre produção de petróleo

Operação terrestre da Hess em Bakken Shale, próximo à cidade de Ross, no estado de Dakota do Norte, EUA (Foto Divulgação Ole Jørgen Bratland/Statoil)
Operação terrestre da Hess em Bakken Shale, próximo à cidade de Ross, em Dakota do Norte/EUA | Foto Divulgação Ole Jørgen Bratland/Statoil

A Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC, na sigla em inglês) aprovou na sexta-feira (17/1) ordens de consentimento que resolvem, separadamente, preocupações de antitruste sobre duas negociações multibilionárias no setor de petróleo: a compra da Pioneer Natural Resources pela ExxonMobil por US$ 60 bilhões e a aquisição da Hess pela Chevron por US$ 53 bilhões.

Para a Exxon, foi decidido que a empresa está proibida de nomear o ex-CEO da Pioneer, Scott Sheffield, para seu conselho de diretores e que ele também está impedido de atuar em qualquer função consultiva para o conselho ou equipe de gestão da companhia.

No caso da Chevron, o CEO da Hess, John Hess, está proibido de atuar no conselho.

As ordens seguem reclamações da agência alegando que Sheffield e Hess, separadamente, tentaram conspirar e se comunicaram com concorrentes sobre a produção global de petróleo, o que poderia ter resultado em consumidores e empresas americanas por conta de preços mais altos nos produtos. Fonte: Dow Jones Newswires.

Preços do petróleo

Os contratos futuros de petróleo fecharam em baixa na sexta-feira (17/1), com a redução das tensões no Oriente Médio reduzindo os prêmios de risco da commodity. Um acordo por cessar-fogo na Faixa de Gaza vem acompanhado de outros desdobramentos, como uma potencial redução nas tensões com o Irã e o grupo Houthi no Iêmen.

Além disso, o dólar operou fortalecido na sessão, o que tende a pressionar a matéria-prima, cotada na moeda americana. Ainda assim, o petróleo encerrou a semana com ganhos.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para março fechou em queda de 0,59% (US$ 0,46), a US$ 77,39 o barril, enquanto o Brent para mesmo mês, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), recuou 0,61% (US$ 0,50), a US$ 80,79 o barril. Na semana, houve alta de 2,15% e 1,12%, respectivamente.

O Gabinete de Segurança de Israel aprovou, na sexta (17/1), o cessar-fogo e o acordo de reféns com o Hamas na Faixa de Gaza, de acordo com comunicado.

A notícia fortaleceu a queda dos contratos futuros do petróleo, mas para o Swissquote Bank, é esperado que a trajetória da commodity seja para cima, considerando possíveis sanções de Donald Trump contra importantes países produtores, como Venezuela e Irã.

Para o ING, os crescentes riscos de fornecimento do petróleo continuavam a dar certo suporte aos preços do óleo. Circulam informações de que Rússia e Irã estão estreitando laços, tanto militares, como energéticos.

Segundo o Commerzbank, com base nas previsões da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), o mercado petrolífero teria sido significativamente subabastecido no ano passado. A organização prevê ainda um déficit de oferta significativo este ano, o que permitiria à Opep e aliados (Opep+) reverter os seus cortes voluntários de produção.

“Contudo, consideramos que as previsões de demanda da Opep são demasiado elevadas. Na nossa opinião, só haverá margem para um aumento da produção se o fornecimento de petróleo da Rússia, do Irã e da Venezuela diminuir significativamente devido a sanções”, avalia o banco.

O número de poços e plataformas de petróleo em atividade nos EUA caiu 2 na semana, a 478, divulgou na sexta (17) a Baker Hughes, empresa que presta serviços ao setor.

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