Chevron compra Noble Energy e expande portfólio no shale americano

A Chevron anunciou nesta segunda (20) a compra de todas as ações da Noble Energy, que possui ativos de produção, incluindo recursos não convencionais, e opera em Israel e nos EUA. Os papéis foram precificados em US$ 10,38, totalizando US$ 5 bilhões. O valor final da operação é estimado em US$ 13 bilhões, incluídas dívidas.

Segundo a Chevron, a Noble Energy possui ativos offshore de baixo custo e perspectiva de aumento de geração de caixa em Israel, fortalecendo a posição da Chevron na região. A companhia adquirida também reforçará a posição da Chevron em províncias de produção de gás não convencional nos EUA.

O portfólio da Noble Energy aumentará em aproximadamente 18% as reservas comprovadas de petróleo e gás da Chevron em relação a 2019, com um custo médio de aquisição inferior a US$ 5/boe pelos ativos.

“O portfólio da Noble Energy aumentará a diversidade geográfica, a flexibilidade de capital e nossa capacidade de gerar um forte fluxo de caixa”, disse o presidente da Chevron Michael Wirth sobre a operação.

O acordo de compra vem na esteira da derrubada do preço do barril de petróleo no mercado internacional em abril, provocado pela crise de demanda causada pela pandemia da covid-19 e pela disputa entre sauditas e russos, que atingiu fortemente a estabilidade das operações de muitas companhias de gás não convencional nos EUA.

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Wood Mackenzie vê movimento para reduzir concentração de portfólio

Tom Ellacott, vice-presidente sênior de análise corporativa da Wood Mackenzie afirmou que a aquisição da Noble vai reduzir ainda mais a concentração do portfólio upstream da Chevron em torno de posições no Permiano (na Bacia de Delaware), Austrália, Cazaquistão e no Golfo do México dos EUA. Ele classificou a operação como a primeira aquisição corporativa em larga escala da crise atual.

Outro analista da Mackenzie, Jean-Baptiste Bouzard, destacou o aumento da presencial da Chevron em Israel. “A posição da Noble em Israel é a joia da coroa da empresa e fornecerá à Chevron uma nova geografia internacional que reequilibrará o portfólio em relação ao gás e fornecerá um trampolim para capturar mais potencial de crescimento na região”.