RIO — O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) lançou nesta quarta (16/10) a plataforma InvestVis, que promete facilitar o acesso a dados sobre investimentos estrangeiros diretos (IED) no Brasil e no mundo.
O vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin (PSB), avalia que a plataforma será uma ferramenta essencial para orientar políticas públicas e decisões estratégicas do setor privado.
“O InvestVis será muito útil tanto para direcionar ações do Poder Público quanto da iniciativa privada para que sigamos ampliando os investimentos no Brasil”, destaca Alckmin.
Ele explica que o Brasil tem demonstrado grande potencial de atração de investimentos internacionais, e a nova ferramenta poderá contribuir para que empresas acompanhem as tendências globais desses investimentos.
Segundo o MDIC, o recurso permitirá que qualquer pessoa consulte informações detalhadas sobre fluxos e estoques de IED, tanto no Brasil quanto no exterior, desde o início das séries históricas.
A plataforma consolida dados de fontes primárias como a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad), o International Trade Centre (ITC) e o Banco Central do Brasil (BCB).
“Embora os dados de investimento estrangeiro direto sejam públicos, sua utilização não é trivial para a maioria dos usuários. Acreditamos que a ferramenta ajudará a disseminar essas informações, facilitando a formulação de políticas públicas mais assertivas e melhores decisões no setor privado”, comenta Marcela Carvalho, secretária executiva da Câmara de Comércio Exterior (Camex), órgão responsável pelo desenvolvimento da plataforma.
Investimentos estrangeiros no Brasil
Em 2023, o Brasil figurou entre os cinco principais destinos de IED no mundo. O setor de serviços liderou o recebimento desses investimentos, respondendo por 67,1% do total, seguido pela indústria, que atraiu 18,2% dos recursos, com destaque para a categoria de máquinas, aparelhos e materiais elétricos.
Notícias Relacionadas
Investimentos em renováveis
Reino Unido lança aliança para triplicar renováveis em países emergentes
Aliança Global de Energia Limpa foi anunciada durante a reunião de líderes no G20, no Rio de Janeiro
Transição energética
Atraso nas compras corporativas de energia renovável prejudica metas globais, aponta CDP
Quase metade das empresas não usa eletricidade renovável, indica pesquisa
Os Estados Unidos foram o maior investidor no Brasil no ano passado, com 25,8% do volume total, seguidos por Países Baixos (13,3%) e Reino Unido (11,1%).
O MDIC observa que, em alguns casos, investimentos de países como a China são realizados via terceiros, o que explica a presença de nações como os Países Baixos no ranking.
Além de ser um grande receptor de investimentos, o Brasil também aumentou sua atuação como investidor global.
Em 2023, foi o 14º maior país em termos de saída de IED, com um total de US$ 29,9 bilhões investidos no exterior, segundo a Unctad. Os principais destinos dos investimentos brasileiros foram Estados Unidos (20,2%), Reino Unido (17,6%) e Luxemburgo (15,5%).
Mudanças no perfil de investimento
A plataforma também revela mudanças significativas na dinâmica de investimentos ao longo das últimas décadas.
Enquanto as economias desenvolvidas, como os Estados Unidos e o Japão, ainda dominam a origem dos investimentos, a participação das economias em desenvolvimento, tanto como receptores quanto como emissores de IED, cresceu consideravelmente.
De acordo com a Unctad, as economias desenvolvidas, que em 1990 eram responsáveis por 83,6% dos investimentos globais, viram sua participação cair para 34,8% em 2023.
Por outro lado, as economias em desenvolvimento passaram a receber 65,2% dos fluxos globais de IED, uma mudança que reflete o novo equilíbrio no cenário econômico global.
