O Brasil e o México avançaram em parcerias para biocombustíveis e energias renováveis durante o primeiro dia da missão oficial liderada pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, nesta quarta-feira (27/8).
Um dos memorandos assinados estabelece cooperação para ampliar a produção de etanol a partir da cana-de-açúcar, desenvolver combustíveis sustentáveis para aviação (SAF) e transporte marítimo, além de estimular captura e armazenamento de carbono a partir da bioenergia (BECCS), informou, informou a pasta.
O memorando sobre biocombustíveis prevê intercâmbio de experiências e transferência de tecnologias, equipamentos e metodologias entre os dois países, com objetivo de acelerar o desenvolvimento da indústria de biocombustíveis e das matérias-primas necessárias, favorecendo crescimento sustentável e ordenado do setor.
O vice-presidente destacou a abrangência do acordo: “Quero destacar a importância do que acabamos de assinar. A importância social, que significa emprego, renda, novas oportunidades, vida digna para a população; a importância econômica, investimentos, crescimento do setor produtivo; importância científica e tecnológica, novas formas tecnológicas para a descarbonização; a importância ambiental”.
Cooperação no agro
Além da agenda energética, o Brasil e o México também firmaram cooperação em agropecuária, fortalecimento comercial e atração de investimentos, informou o MDIC.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, e o secretário mexicano Julio Sacristán assinaram um memorando de entendimento para produção agrícola e pecuária, apoio técnico a pequenos e médios produtores, soberania alimentar, sanidade animal e vegetal, pesquisa e inovação tecnológica, financiamento e seguro rural, além de instrumentos que facilitem a comercialização de produtos agrícolas.
O acordo inclui, segundo o MDIC, a criação de um grupo de trabalho com representantes técnicos de ambos os países para identificar áreas de interesse comum, planejar, implementar e atualizar o plano de trabalho. Também ficou definido que as legislações sobre rastreabilidade da carne bovina serão adequadas sem prejudicar exportações brasileiras ao México.
Fortalecimento comercial
Em comércio e investimentos, a ApexBrasil e a Secretaria de Economia do México firmaram memorando de entendimento para promover o intercâmbio de bens, serviços e investimentos.
A parceria busca aproximar políticas estratégicas como “Nova Indústria Brasil” do “Plano México”, reforçando exportações, atração de investimentos, desenvolvimento de cadeias produtivas, inovação e entrada em novos mercados, afirma o MDIC.
A agenda da comitiva brasileira na Cidade do México incluiu reuniões com setor privado, lideranças do Congresso mexicano e autoridades da chancelaria, além do Encontro Empresarial Brasil-México promovido pela ApexBrasil.
Segundo o MDIC, participaram também a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet; a secretária-geral do Itamaraty, Maria Laura; presidentes da ApexBrasil, Conab e Anvisa; representantes do Ministério da Saúde, Fiocruz e Instituto Butantan; além de empresários e da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Em 2024, a corrente de comércio entre os dois países atingiu US$ 13,6 bilhões. As exportações brasileiras somaram US$ 7,8 bilhões, com destaque para veículos automóveis de passageiros (US$ 715,4 mi), carnes de aves e miudezas (US$ 563,7 mi) e veículos de transporte de mercadorias (US$ 507 mi), afirma a pasta do Desenvolvimento.
As importações do México totalizaram US$ 5,8 bilhões, com destaque para partes e acessórios de veículos (US$ 849 mi), veículos automóveis de passageiros (US$ 757,8 mi) e veículos para transporte de mercadorias (US$ 264,2 mi).