Fim de subsídio

Bolívia declara emergência nacional, põe fim a subsídio a combustível e sobe salário mínimo

Resultado será aumento de até 100% nos preços da gasolina e do diesel

Salinas de Uyuni e Pastos Grandes, duas das três maiores reservas de lítio da Bolívia (Foto: (Foto: Ernst Udo Drawert/Diálogo Chino)
Salinas de Uyuni e Pastos Grandes, duas das três maiores reservas de lítio da Bolívia (Foto: (Foto: Ernst Udo Drawert/Diálogo Chino)

O presidente da Bolívia, Rodrigo Paz, decretou “emergência econômica e social”, com a eliminação dos subsídios aos combustíveis mantidos por cerca de duas décadas, o que resultará em aumentos de até 100% nos preços da gasolina e do diesel.

A decisão foi detalhada em uma publicação do próprio presidente, classificando a medida como “difícil, mas necessária para garantir o abastecimento de combustível e deixar de sangrar nossas reservas”.

Segundo Paz, os novos recursos gerados com o fim da subvenção não ficarão concentrados no governo central.

Ele escreveu que “esses novos recursos não ficarão no centralismo, mas serão distribuídos em 50% diretamente às nossas regiões e governos subnacionais”, com o objetivo de transformar o esforço em “melhores hospitais, escolas e serviços”.

O presidente boliviano ainda declarou que sua “prioridade absoluta é proteger o bolso da população enquanto estabilizamos o país” e informou que, a partir de janeiro de 2026, o salário mínimo nacional subirá para 3.300 bolivianos (cerca de US$ 480), um aumento de 20%.

Paz também anunciou a elevação da Renta Dignidad para 500 bolivianos (US$ 72) e a criação de um bônus de remuneração para trabalhadores informais.

Além disso, o presidente afirmou que pretende incentivar investimentos com “imposto 0% para quem repatriar seus capitais para produzir em nossa terra”.

Paz afirmou que “é um momento muito difícil” e que o governo recebeu “um país ferido em sua economia, sem dólares, com uma inflação crescente e sem combustíveis”.

Para ele, a decisão marca “o ponto final de um modelo de mentira, desperdício e corrupção” e o início de uma fase de “reconstrução nacional”.

Por Pedro Lima

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