EUA divulgam possível prova contra o Irã, que nega ataques no Golfo de Omã

EUA divulgam possível prova contra o Irã, que nega ataques no Golfo de Omã

Por Joana Raposo Santos, da RTP Washington

O governo dos EUA divulgou um vídeo afirmando se tratar de um navio iraniano, supostamente, removendo uma mina do petroleiro japonês Kokura Courageous, com o intuito de desfazer as provas da participação de agentes nos ataques no Golfo de Omã.

Ontem, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, responsabilizou o Irã pelo ataque ao navio japonês e ao norueguês Front Altair, ambos atingidos por explosivos.

“O governo dos Estados Unidos considera que esses ataques constituem ameaça clara à paz e segurança internacionais, um flagrante ataque à liberdade de navegação e uma campanha inaceitável de tensão em espiral pelo Irã”, disse Pompeo.

Em seguida, foi divulgado o vídeo que mostra uma embarcação com vários homens removendo um objeto de um dos lados do petroleiro japonês horas depois do ataque. De acordo com o governo dos EUA, as imagens foram feitas por uma aeronave militar em sobrevoo na área dos atentados.


Fonte: DVIDS

Irã rejeita acusações
Nesta sexta (14), o governo iraniano voltou a negar o envolvimento de seus militares nos ataques a navios na região, classificando as acusações americanas de alarmantes e beligerantes.

Além do vídeo, o comando divulgou imagens dos tripulantes da USS Bainbridge ajudando os membros do Kokura Courageous após o ataque, que a Associação Internacional dos Proprietários Independentes de Petroleiros considera ter sido “bem planeado e coordenado”, com as minas colocadas “na linha da água, próximas dos motores”.

Os 44 tripulantes dos navios japonês e norueguês tiveram de ser resgatados pelas marinhas do Irã e dos Estados Unidos, não tendo sido registradas vítimas.

A Missão Permanente do Irã para as Nações Unidas rejeitou as acusações norte-americanas, considerando que elas “não têm fundamento” e garantindo que Teerã está preocupada com esses “incidentes suspeitos”.

O ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros, Mohammad Javad Zarif, considerou suspeito que o ataque ao Kokura Courageous tenha ocorrido no momento em que o primeiro-ministro japonês se encontrava no Irã, numa tentativa de acalmar as tensões entre esse país e os Estados Unidos.

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Tensão crescente
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Antonio Guterres, manifestou-se contra os ataques. Ele disse que condena com veemência qualquer ataque contra embarcações civis. “É preciso apurar os fatos e as responsabilidades. Se há algo a que o mundo não pode se sujeitar é um confronto em larga escala na zona do Golfo”, frisou.

O ataque ocorre em um momento de tensão entre o Irã e os Estados Unidos, que atingiu o pico no início de maio, quando o governo Trump destacou um porta-aviões e bombardeiros para o Oriente Médio, de modo a “passar uma mensagem” ao Irã e impedir eventuais ataques por parte do país contra as forças norte-americanas na região.

Poucos dias depois, Teerã anunciou a retirada parcial do acordo nuclear que tinha assinado com seis países em 2015 e que os Estados Unidos já haviam abandonado no ano passado. O presidente iraniano, Hassan Rouhani, ameaçou retomar o enriquecimento de urânio.

Na semana seguinte, dois petroleiros sauditas sofreram danos, em ataque suspeito na costa dos Emirados Árabes Unidos,