Na atualização mais recente da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), de quarta-feira (8/5), o Rio Grande do Sul continua com cerca de 422 mil consumidores sem energia , principalmente por motivos de segurança e dificuldades de acesso.
Neste momento, 11 municípios do interior estão com 100% de desligamento: Bom Retiro do Sul, Boqueirão do Leão, Capitão, Colinas, Doutor Ricardo, General Câmara, Gramado Xavier, Imigrante, Muçum, Paverama e Relvado.
Porto Alegre lidera a lista com 138 mil desconexões, seguida por Canoas e São Leopoldo. A subestação Porto Alegre desligou transformadores após a água infiltrar-se pelas tubulações de cabos, afetando o fornecimento na região central.
Adicionalmente, a subestação Nova Santa Rita foi desativada, interrompendo 16 linhas de transmissão essenciais, o que aumenta o risco de sobrecarga e cortes nos sistemas remanescentes.
Cooperação nacional
Distribuidoras de energia de outras regiões do país estão mobilizando eletricistas e equipamentos para reparos em redes avariadas no Rio Grande do Sul, informou o MME, na quarta (8). A decisão foi tomada no comitê de gerenciamento de crises.
Nas últimas 24 horas, 26 mil unidades consumidoras tiveram o serviço de eletricidade restaurado no Rio Grande do Sul, elevando para mais de 200 mil o número de conexões reativadas desde o início do estado de emergência.
A energia foi reconectada em cinco municípios que estavam completamente sem eletricidade, incluindo Coqueiro Baixo, Estrela, Fazenda Vilanova, Paverama e Roca Sales, áreas anteriormente desligadas devido à gravidade das chuvas, que agora têm a maior parte de suas áreas comerciais e residenciais novamente com energia.
Medidas de enfrentamento
O Comitê de Monitoramento do Sistema Elétrico (CMSE) se reuniu, na quarta (8), para análise de medidas de enfrentamento à crise no estado e detalhamento dos esforços para atendimento da demanda
Entre as ações adotadas estão o despacho para a térmica Canoas gerar energia e a importação de até 570 megawatts (MW) de energia do Uruguai, visando garantir a segurança no fornecimento elétrico aos gaúchos.
A térmica Candiota, que está em manutenção programada, a partir de 31 de maio também poderá injetar até 350 MW.
Além disso, as equipes do Operador Nacional do Sistema (ONS) e de agentes buscam viabilizar a energização emergencial de uma linha de transmissão em 525 kV entre as subestações de Itá e Gravataí, para o atendimento à região metropolitana de Porto Alegre e ao sul do estado gaúcho pelo sistema de 525 kV.
De acordo com o acompanhamento de equipamentos danificados e fora de operação, há indisponibilidade de quatro usinas hidrelétricas (Monte Claro, 14 de Julho, Jacuí e Dona Francisca), de três subestações (Nova Santa Rita, Canoas 1 e Candelária), de 10 transformadores e de 24 linhas de transmissão. Não há previsão de retorno desses ativos à operação.
O ONS destacou que, mesmo com o 8º pior período úmido já registrado em todo o histórico, foi possível atingir armazenamento equivalente nos reservatórios de mais de 75% ao final de maio. A expectativa é que, até o final de outubro, o armazenamento do SIN esteja entre 50% e 60%. Nesse período começa o próximo período de chuvas na maioria das principais bacias hidrográficas do ponto de vista de geração de energia hidrelétrica.
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