Energia

Interior do Rio Grande do Sul ainda tem 11 cidades sem energia 

Segundo Aneel, 422 mil consumidores continuam sem energia devido às inundações

Interior do Rio Grande do Sul ainda tem 11 cidades e 422 mil consumidores sem energia devido às inundações. Na imagem: Transbordamento histórico do Rio Caí, em 20/11/2023, alagou pátio da subestação de energia Nova Santa Rita, da Eletrobras CGT Eletrosul, na região metropolitana de Porto Alegre, RS (Foto: Eletrosul)
Transbordamento histórico do Rio Caí alagou subestação Nova Santa Rita, da Eletrobras CGT Eletrosul, na região metropolitana de Porto Alegre (Foto: Eletrosul)

Na atualização mais recente da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), de quarta-feira (8/5), o Rio Grande do Sul continua com cerca de 422 mil consumidores sem energia , principalmente por motivos de segurança e dificuldades de acesso.

Neste momento, 11 municípios do interior estão com 100% de desligamento: Bom Retiro do Sul, Boqueirão do Leão, Capitão, Colinas, Doutor Ricardo, General Câmara, Gramado Xavier, Imigrante, Muçum, Paverama e Relvado.

Porto Alegre lidera a lista com 138 mil desconexões, seguida por Canoas e São Leopoldo. A subestação Porto Alegre desligou transformadores após a água infiltrar-se pelas tubulações de cabos, afetando o fornecimento na região central.

Adicionalmente, a subestação Nova Santa Rita foi desativada, interrompendo 16 linhas de transmissão essenciais, o que aumenta o risco de sobrecarga e cortes nos sistemas remanescentes.

Cooperação nacional

Distribuidoras de energia de outras regiões do país estão mobilizando eletricistas e equipamentos para reparos em redes avariadas no Rio Grande do Sul, informou o MME, na quarta (8). A decisão foi tomada no comitê de gerenciamento de crises.

Nas últimas 24 horas, 26 mil unidades consumidoras tiveram o serviço de eletricidade restaurado no Rio Grande do Sul, elevando para mais de 200 mil o número de conexões reativadas desde o início do estado de emergência.

A energia foi reconectada em cinco municípios que estavam completamente sem eletricidade, incluindo Coqueiro Baixo, Estrela, Fazenda Vilanova, Paverama e Roca Sales, áreas anteriormente desligadas devido à gravidade das chuvas, que agora têm a maior parte de suas áreas comerciais e residenciais novamente com energia.

Medidas de enfrentamento

O Comitê de Monitoramento do Sistema Elétrico (CMSE) se reuniu, na quarta (8), para análise de medidas de enfrentamento à crise no estado e detalhamento dos esforços para atendimento da demanda

Entre as ações adotadas estão o despacho para a térmica Canoas gerar energia e a importação de até 570 megawatts (MW) de energia do Uruguai, visando garantir a segurança no fornecimento elétrico aos gaúchos.

A térmica Candiota, que está em manutenção programada, a partir de 31 de maio também poderá injetar até 350 MW.

Além disso, as equipes do Operador Nacional do Sistema (ONS) e de agentes buscam viabilizar a energização emergencial de uma linha de transmissão em 525 kV entre as subestações de Itá e Gravataí, para o atendimento à região metropolitana de Porto Alegre e ao sul do estado gaúcho pelo sistema de 525 kV.

De acordo com o acompanhamento de equipamentos danificados e fora de operação, há indisponibilidade de quatro usinas hidrelétricas (Monte Claro, 14 de Julho, Jacuí e Dona Francisca), de três subestações (Nova Santa Rita, Canoas 1 e Candelária), de 10 transformadores e de 24 linhas de transmissão. Não há previsão de retorno desses ativos à operação.

O ONS destacou que, mesmo com o 8º pior período úmido já registrado em todo o histórico, foi possível atingir armazenamento equivalente nos reservatórios de mais de 75% ao final de maio. A expectativa é que, até o final de outubro, o armazenamento do SIN esteja entre 50% e 60%. Nesse período começa o próximo período de chuvas na maioria das principais bacias hidrográficas do ponto de vista de geração de energia hidrelétrica.