Instituições financeiras anunciam pacote de US$ 10 bi para promover equidade racial nos EUA

Instituições financeiras anunciam pacote de U$ 10bi para promover equidade racial nos EUA
Imagem de Tumisu por Pixabay

Uma coalizão formada por dezoito instituições financeiras dos Estados Unidos anunciou nesta terça (18) um plano para destinar US$ 10 bilhões para financiamento de empreendimentos de pessoas negras e latinas em comunidades carentes.

Objetivo é promover a equidade racial no país.

Segundo projeção da inciativa Corporate Call to Action: Coalition for Equity & Opportunity (CCA), os recursos poderão causar um impacto de até US$ 30 bilhões nessas comunidades nos próximos cinco anos.

Entre os membros da CCA, estão Citi, Goldman Sachs,  Bank of America, BlackRock, Morgan Stanley, UBS, entre outros. Juntos, eles possuem mais de US $ 27 trilhões em ativos e 750 mil funcionários em todo o mundo.

O plano vem após intensas manifestações antirracismo que tomaram conta das ruas do país em 2020, depois do assassinato de George Floyd — um homem negro morto por um policial branco em Minneapolis.

A questão racial entrou na agenda de empresas e governos pressionados pela população que exigia medidas concretas para promoção da igualdade.

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Acesso ao crédito

De acordo o Departamento Nacional de Pesquisa Econômica dos EUA, o número de proprietários negros e latinos de pequenas empresas caiu 41% e 36%, respectivamente, de fevereiro a abril de 2020, como efeito do pandemia de covid-19.

A dificuldade de acesso ao crédito por esses grupos étnicos é apontada por especialistas como a principal causa do fechamento desses negócios. 

Para o presidente do Citi Foundation, Brandee McHale, o setor financeiro tem um importante papel na promoção da mobilidade social, através da disponibilidade de crédito.

“Os serviços financeiros desempenham um papel central na vida cotidiana das pessoas nos Estados Unidos. Como setor, temos a oportunidade de aproveitar nossas principais capacidades de negócios para ajudar a fechar a lacuna de riqueza racial e aumentar a mobilidade econômica”, disse.

Além dos recursos destinados para empreendimentos, a iniciativa pretende abrir mais de dez mil oportunidades de estágio exclusivamente para talentos negros e latinos e alcançar a paridade racial, bem como a equidade salarial, nos diversos níveis de trabalho do setor financeiro.

Segundo relatório do próprio Citi, se há 20 anos os EUA tivessem abolido a disparidade salarial e social entre negros e brancos, US$ 16 trilhões poderiam ter sido adicionados à economia americana.

“Se as lacunas forem fechadas hoje, US$ 5 trilhões podem ser adicionados ao PIB dos EUA nos próximos cinco anos”, afirma o estudo.

Infraestrutura social 

O coalizão também prevê investimentos em áreas com alta concentração de pobreza, que permitam maior acessibilidade à casa própria, educação, inclusão financeira, e infraestrutura pública.

A taxa de pobreza, nos Estados Unidos, é 2,5 vezes maior entre negros do que na população branca, de acordo com o Economic Policy Institute.

Enquanto isso, a riqueza média das famílias brancas é 6,5 vezes maior do que a média das famílias negras, segundo dados do Federal Reserve Bank de Cleveland.

“Esta iniciativa ajudará a indústria de serviços financeiros a se unir para impactar coletivamente, de forma positiva e duradoura a equidade econômica neste país”, disse Tom Naratil, presidente do UBS nas Américas.

“Trabalhando em conjunto com os membros da coalizão, podemos causar um impacto ainda maior nas comunidades em que trabalhamos e vivemos para impulsionar a mudança e melhorar diversidade, equidade e inclusão em toda a América”, declarou Naratil.

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