RIO — O presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás Natural (IBP), Roberto Ardenghy, defendeu a liberação das atividades exploratórias na margem equatorial e que a decisão estratégica do governo sobre o desenvolvimento de uma nova fronteira da indústria petrolífera na região se dê no futuro, uma vez comprovada a existência ou não de reservas no local.
“Estamos, dentro do IBP, tentando sensibilizar as autoridades no sentido de autorizar um trabalho exploratório do lado brasileiro [das descobertas feitas na Guiana e Suriname]. Porque, se foi descoberto petróleo na Guiana e Suriname, por que não pode ser descoberto no Brasil? Não é produzir lá ainda, mas descobrir se há ou não hidrocarbonetos. É legítimo para o povo brasileiro que se tenha conhecimento da geologia do subsolo para depois se tomar a decisão estratégica sobre a produção ou não”, disse o executivo ao estúdio epbr, durante o Seminário de Gás Natural, realizado pelo IBP .
Técnicos do Ibama opinaram pela rejeição e arquivamento do pedido de licenciamento da perfuração na Foz do Amazonas, na costa do Amapá, sem que a Petrobras possa antes realizar uma Avaliação Pré-Operacional (APO) – procedimento que simula a resposta a uma emergência na região, como um vazamento.
As conclusões da equipe técnica do Ibama foram contestadas internamente pelo chefe da Diretoria de Licenciamento Ambiental (Dilic), Régis Fontana, que sugere que a APO seja feita antes da decisão derradeira sobre o avanço ou não do pedido de licença – a última palavra cabe ao presidente, Rodrigo Agostinho.
Num momento em que o governo implementa uma taxação temporária sobre as exportações de petróleo, Ardenghy também defendeu a necessidade de estabilidade nas regras para o setor.
Segundo ele, a indústria de óleo e gás é “muito dependente da estabilidade regulatória e contratual”.
“Mudanças inesperadas não beneficiam o investimento, comentou.