RIO — A Unigel anunciou nesta quarta (18/1) a ampliação de seu projeto de produção em escala industrial de hidrogênio e amônia verdes, na Bahia. O plano da companhia é investir US$ 1,5 bilhão no empreendimento até 2027 e cogita abrir seu capital na Bolsa para financiar parte dos recursos.
A fábrica será construída no Polo Petroquímico de Camaçari (BA) em três fases – que, ao fim, totalizarão 100 mil toneladas anuais de hidrogênio verde e 600 mil toneladas/ano de amônia verde.
Em 2022, a companhia anunciou a primeira etapa, que contempla investimentos de US$ 120 milhões e capacidade de produção de 10 mil toneladas por ano de hidrogênio verde e de 60 mil toneladas por ano de amônia verde. A previsão é iniciar as operações do ativo ainda este ano.
Mais duas fases estão planejadas, agora: o plano é chegar em 2025 com uma capacidade de 40 mil toneladas/ano de H2V e 240 mil toneladas/ano de amônia; e atingir a capacidade plena do projeto em 2027.
A Unigel destacou, em nota, que negocia parcerias estratégicas e “linhas de financiamento adequadas” e “até acesso ao mercado de capitais por meio de um IPO [abertura de capital] para garantir a competitividade e realização das novas fases do projeto, além de crescer em outras frentes estratégicas da companhia”.
Mercado cobra marco legal
A Unigel dobra a aposta em seu projeto em escala industrial, num momento em que o mercado ainda aguarda mais detalhes sobre o marco legal do hidrogênio verde no Brasil.
Agentes do setor defendem metas objetivas. O país ainda carece de um marco legal, enquanto outros países da América do Sul começam a traçar diretrizes concretas.
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Recentemente, o Chile e a Colômbia firmaram um acordo bilateral para desenvolver o mercado de combustíveis renováveis, com foco no hidrogênio verde. A iniciativa visa defender a integração energética entre os países latinoamericanos.
O Plano Nacional de Hidrogênio (PNH2), lançado em 2021, durante o governo de Jair Bolsonaro, não traz metas para consumo, produção e preço. Além disso, vai no sentido contrário às metas de descarbonização assumidas pelo país, ao deixar o caminho livre para fontes fósseis como gás e carvão.
Reveja na íntegra, no último antessala epbr, o debate sobre quais devem ser as políticas públicas para o hidrogênio no novo governo