Biocombustíveis

Toyota testa carro com hidrogênio a partir do etanol em São Paulo

Montadora japonesa adere grupo de P&D formado por Shell, Raízen, Hytron, USP e Senai CETIQT

Toyota testa carro com hidrogênio a partir do etanol em São Paulo. Na imagem: Toyota Mirai preto, para teste com hidrogênio renovável a partir de etanol, em parceria da montadora com Shell, Raízen, Hytron, USP e Senai (Foto: Divulgação/Toyota)
Toyota firma parceria com Shell, Raízen, Hytron, USP e Senai para testar hidrogênio renovável a partir de etanol no Mirai (Foto: Divulgação/Toyota)

RIO — A Toyota do Brasil vai integrar o grupo formado por Shell, Raízen, Hytron, Universidade de São Paulo (USP) e Senai CETIQT, para pesquisa e desenvolvimento (P&D) na produção de hidrogênio renovável a partir do etanol no país.

A iniciativa foi lançada em setembro de 2022 e prevê a construção de duas plantas capazes de produzir 5 kg/h de hidrogênio — e, posteriormente, a implementação de uma unidade dez vezes maior, de 44,5 kg/h.

A montadora fornecerá o Mirai, primeiro carro de série movido à célula de combustível a hidrogênio, para os testes de performance.

Desde o ano passado, a Toyota executa também um estudo de viabilidade com a White Martins, do Grupo Linde, com um veículo abastecido por hidrogênio renovável produzido pela multinacional de origem alemã, numa subestação instalada na unidade da montadora japonesa em Sorocaba (SP).

Do campo à roda

Com um investimento de cerca de R$ 50 milhões da Shell Brasil, o projeto de P&D também pretende calcular a pegada de carbono do ciclo “campo à roda” — ou seja, mensurar as emissões de CO2 na atmosfera, desde o cultivo da cana até o consumo do hidrogênio pela célula combustível do veículo.

“O objetivo desse projeto de P&D inovador é demonstrar que o etanol pode ser vetor para produzir hidrogênio renovável, aproveitando a logística já existente da indústria de etanol”, afirma o gerente de Tecnologia de Baixo Carbono da Shell Brasi, Alexandre Breda.

O diretor de Transição Energética e Investimentos da Raízen, Mateus Lopes, complementa que a produção local de hidrogênio renovável, por meio da reforma do etanol, “é uma solução eficiente, sustentável e facilmente replicável globalmente, devido ao baixo custo de transporte do biocombustível”.

O veículo da montadora japonesa será entregue, ainda neste primeiro semestre, ao Research Centre for Greenhouse Gas Innovation (RCGI) da USP, criado em 2015. Além do Toyota Mirai, o hidrogênio renovável vai abastecer três ônibus que circularão na Cidade Universitária da USP.