Energia

Tolmasquim é indicado para nova diretoria de transição energética da Petrobras

Direção da companhia fechou a proposta de reformulação que será enviada para o conselho de administração

Tolmasquim é indicado para nova diretoria de transição energética da Petrobras. Na imagem: Maurício Tolmasquim, novo diretor da Petrobras, durante trabalho no grupo de transição do governo Lula (Foto: José Cruz/Agência Brasil)
Maurício Tolmasquim, novo diretor da Petrobras, durante trabalho no grupo de transição do governo Lula (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

A diretoria da Petrobras fechou nesta quinta (6/4) a proposta de reformulação do comando executivo da companhia, com a criação da diretoria de Transição Energética e Energias Renováveis. O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, indicou Maurício Tolmasquim para a vaga.

A nova diretoria “coordenará as atividades de descarbonização, mudanças climáticas, novas tecnologias e sustentabilidade e incorporará as atividades comerciais de gás natural”, informou a empresa. A mudança era esperada desde o início do governo Lula.

A reformulação da Petrobras está sujeita à aprovação do conselho de administração.

No fim de março, Maurício Tolmasquim assumiu como gerente executivo de Estratégia da Petrobras, área responsável por elaborar os planos plurianuais de investimento e planejamento de longo prazo da companhia. Ele tem participado ativamente dos debates sobre transição energética.

É uma gerência executiva ligada à Presidência da Petrobras. Antes, Tolmasquim já vinha atuando como assessor direto de Jean Paul Prates. Substitui Eduardo Bordieri, que comandou a gerência desde o fim de 2021 e se aposentou da companhia.

Mestre em Engenharia de Planejamento Energético pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Maurício Tolmasquim é professor titular da COPPE/UFRJ.

Foi presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), estatal de planejamento vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME), de 2004 a 2016, nos governos Lula e Dilma Rousseff. Também foi secretário executivo de Minas e Energia.

O que muda na Petrobras?

A diretoria de Desenvolvimento da Produção, ocupada por Carlos José do Nascimento Travassos, será a nova diretoria de Engenharia, Tecnologia e Inovação. Incorpora o Cenpes, centro de P&D da Petrobras.

Refino, Gás e Energia, de William França da Silva, passa a ser a diretoria de Processos Industriais e Produtos. Será responsável pela produção de derivados de petróleo, de gás natural e biocomponentes.

A diretoria de Comercialização e Logística, de Claudio Romeo Schlosser, será a de Logística, Comercialização e Mercados.

A proposta prevê a extinção da diretoria de Relacionamento Institucional e Sustentabilidade. A atual diretora, Clarice Coppetti, que tomou posse no fim do mês passado, será indicada para a diretoria de Gestão Corporativa.

Ficará responsável por gestão de pessoas, saúde, meio ambiente e segurança (SMS) e serviços compartilhados. Assume assim, a estrutura de transformação digital e tecnologia de informação.

Carlos Augusto Barreto segue, portanto, responsável pela área de Transformação Digital, ligada à diretoria de Gestão Corporativa, de Coppeti.

A diretoria Financeira e de Relacionamento com Investidores, de Sergio Caetano Leite, passa a ser responsável também pela gestão de portfólio, área que cuida, entre outros pontos, da venda de ativos da Petrobras.

Ficam mantidas as diretorias de Exploração e Produção, com Joelson Falcão. e de Governança e Conformidade, com Salvador Dahan.

Ampliação do portfólio industrial da Petrobras

Em artigo recente, Jean Paul Prates defendeu que a companhia deve “aplicar a experiência e a excelência técnica da Petrobras no desenvolvimento de bioprodutos e em novas fronteiras de energia renovável, em busca de oportunidades para diversificação das nossas operações”.

Ele cita que o gás natural é “o combustível de transição para o hidrogênio”. E os planos da Petrobras para “converter nossas unidades de refino em bio-petro-gás refinarias, onde processaremos combustíveis de nova geração”.

O executivo reforça que novas negócios energia, como o investimento da companhia em eólicas offshore, estão integrados com o perfil da Petrobras.

“Nossas operações em águas profundas e ultraprofundas nos colocam em posição privilegiada para a geração de energia eólica offshore, inclusive de forma integrada à produção de petróleo e gás”, diz.

Clima e transição em pilares de novo plano

Ainda pendente de mudanças na administração, a Petrobras divulgou na sexta (31/3) pilares apresentados por Prates para o novo planejamento estratégico. As principais novidades estão na busca por parcerias e atuação internacional. 

Após a posse da nova diretoria, na semana passada, o conselho de administração será renovado em 27 de abril.

Entre os pontos anunciados, estão:

“Fortalecer o acesso a mercados e buscar a vanguarda global na transição energética, através da atuação internacional por meio de parcerias tecnológicas e operacionais”;

“Busca pela transição energética justa, em linha com as empresas congêneres internacionais, prioritariamente por meio de parcerias de excelência técnica e por programas de responsabilidade social que mitiguem as externalidades da atuação da companhia e fomentem cadeias produtivas locais”;

Em março, Jean Paul Prates assinou termos e se encontrou com executivos da Equinor, BP, Shell e TotalEnergies durante a Ceraweek, em Houston (EUA). Maurício Tolmasquim integrou a comitiva.

São conversas para desenvolvimento de negócios em eólicas offshore, bioenergia, hidrogênio, captura de carbono e também na exploração e produção de óleo e gás. Veja a íntegra do anúncio