A divisão thyssenkrupp Uhde Chlorine Engineers passou a se chamar thyssenkrupp nucera a partir desta quinta (13) quando anunciou que pretende lançar uma oferta pública inicial (IPO) para ampliar seus negócios de eletrólise para produção de hidrogênio verde (H2V).
O foco da nova companhia será a produção em larga escala de eletrólise alcalina da água (AWE). Com isso, a thyssenkrupp nucera espera atingir cerca de € 700 milhões em receitas até 2025.
A empresa, que já é líder mundial em tecnologias para produção de H2V — com mais de 600 projetos que totalizam 10 GW de capacidade instalada em eletrolisadores –, fechou 2021 com uma carteira de pedidos de hidrogênio verde de cerca de € 900 milhões.
“Hoje nasce uma nova estrela em nosso grupo de empresas da família thyssenkrupp. Por meio do Capital Market Day, lançamos a thyssenkrupp nucera. A sua sensacional e comprovada tecnologia para a a produção de hidrogênio verde é um das grandes alavancas rumo a uma economia global de zero carbono”, destacou Paulo Alvarenga, CEO da companhia na América do Sul, em uma rede social.
A expectativa da empresa é não só que o mercado de hidrogênio aumente sete vezes até 2050, mas que a maior parte da produção anteriormente baseada em fósseis seja convertida em hidrogênio verde.
Eletrólise para a Shell em Roterdã
A thyssenkrupp nucera também anunciou uma parceria com a Shell no maior projeto de hidrogênio verde da Europa, o Hydrogen Holland I no porto de Roterdã, na Holanda.
Para este projeto, a companhia vai desenvolver e instalar uma planta de 200 MW com base em sua tecnologia de AWE. A construção dos eletrolisadores deve começar no primeiro semestre de 2022 e o início da produção está programada para 2024.
“Estamos ansiosos para apoiar a construção de um importante hub de hidrogênio na Europa Central e contribuir para a transição da Europa para a energia verde”, disse Christoph Noeres, Head de Hidrogênio Verde da thyssenkrupp.
“Com o nosso tamanho de módulo padrão de larga escala, fortalecemos ainda mais a estratégia de hidrogênio da Shell. A parceria combina perfeitamente nossa excelência em engenharia com a competência da Shell, um dos maiores players globais de energia.”
O hidrogênio verde será produzido para a indústria e o setor dos transportes, sendo toda a eletricidade proveniente do parque eólico offshore Hollandse Kust (Noord), com garantias de origem de energia limpa.
O H2V vai ser transportado por meio de um duto com cerca de 40 km de extensão que vai da usina até o Parque de Energia e Produtos Químicos da Shell, em Roterdã.
Conexão Roterdã — Pecém
O governo do Ceará vem tentando atrair a Shell para o futuro Hub de Hidrogênio Verde no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP).
No final do ano passado, executivos da companhia estiveram reunidos com representantes do governo cearense no Porto de Roterdã. O porto holandês é o maior da Europa e detém 30% de participação acionária no CIPP.
“Na ocasião, representantes do governo cearense convidaram a Shell para conhecer as soluções em hidrogênio desenvolvidas no estado”, afirmou a companhia à epbr, em nota.
A ideia é que haja um corredor logístico entre Pecém e Roterdã, onde o primeiro seja a porta de saída para o H2V produzido no Brasil e o segundo a porta de entrada na Europa.
A expectativa de especialistas é que 20 milhões de toneladas de hidrogênio verde entrem no noroeste da Europa via Porto de Roterdã até 2050.
Memorandos de H2V assinados com o Ceará
- Enegix Energy
- White Martins/Linde
- Qair
- Fortescue
- Neonergia
- Eneva
- Diferencial
- Hytron
- H2Helium
- Engie
- Transhydrogen Alliance
- EDP
- AES