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Siemens Energy, ExxonMobil, Enel e Porsche se juntaram às companhias de gás e petróleo chilenas, Gasco e ENAP, para a construção de uma planta industrial para produção de combustível a partir de hidrogênio verde, em Punta Arenas, no Chile.
As companhias anunciaram o início da construção da planta na sexta (10).
Chamado Haru Oni, o projeto piloto utilizará energia eólica para realizar o processo de eletrólise da água (separação das moléculas de oxigênio e hidrogênio) e produzir o hidrogênio verde.
Ao mesmo tempo, parte da estrutura da unidade captará o CO2 do ar. Em seguida, o hidrogênio verde será combinado ao CO2 para dar origem a um metanol sintético.
Este metanol será convertido em uma espécie de gasolina, chamada de e-combustível.
Segundo Armin Schnettler, vice-presidente executivo de New Energy Business da Siemens Energy, o projeto é um avanço rumo à economia do hidrogênio.
“Estamos desenvolvendo em conjunto a primeira usina integrada e comercial em grande escala do mundo para a produção de combustíveis sintéticos e neutros em relação ao clima”, disse.
A planta piloto está programada para iniciar a produção em meados de 2022. Inicialmente, 3,4 MW de energia eólica poderão dar origem a 750 mil litros de metanol verde e 130 mil litros de e-combustível por ano.
Em seguida, a capacidade será expandida em dois estágios, para cerca de 55 milhões de litros até 2024 e 550 milhões de litros até 2026.
Para a próxima fase, o parque eólico será ampliado para cerca de 280 MW e, quando chegar à escala industrial, terá 2,5 GW. Com isso, na fase comercial em 2026, poderão ser produzidos potencialmente 1 milhão de toneladas de metanol verde por ano.
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E-combustível
O e-combustível resolve parte do desafio de escala do hidrogênio verde, que é a logística de transporte e distribuição, uma vez que poderá utilizar a infraestrutura e equipamentos já existentes da indústria de combustíveis convencionais.
Ao contrário dessa unidade no Chile, os projetos anunciados no Brasil, por exemplo, apostam na exportação do hidrogênio verde sob a forma de amônia verde.
Enquanto estudos ao redor do mundo também apontam para a possibilidade de aproveitamento da infraestrutura de gasodutos.
Outra vantagem do e-combustível é ser uma alternativa para setores que terão dificuldades em adotar a eletrificação como estratégia de redução das emissões de carbono.
A Porcshe, por exemplo, estima que cerca de 70% de todos os veículos já fabricados pela companhia ainda estão rodando hoje. A fabricante de automóveis esportivos espera ser neutra em carbono até 2030.
“Nosso ícone, o 911, é particularmente adequado para o uso de e-combustíveis e nossos tão amados veículos antigos também”, conta Michael Steiner, membro do conselho executivo de pesquisa e desenvolvimento da Porsche AG.
A companhia já deu início ao um projeto de teste em que utilizará e-combustíveis em seus próprios veículos de motor a combustão e no automobilismo esportivo a partir de 2022.
“Nossos testes com combustíveis renováveis estão avançando com muito sucesso. Os e-combustíveis permitirão a redução em até 90% de emissões de CO2 em motores de combustão”, completa.
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Estratégia chilena
O Chile vem se destacando na América Latina com metas ambiciosas no desenvolvimento da sua Estratégia Nacional de Hidrogênio Verde.
Lançada no ano passado, a estratégia chilena identificou as principais oportunidades de substituição do hidrogênio fóssil nas refinarias do país e novas aplicações no transporte de longa distância e de carga pesada.
O país espera contar com uma capacidade de 5 gigawatts (GW) de eletrolisadores até 2025, aumentando para 25 GW até 2030. O objetivo é produzir o hidrogênio mais barato do mundo e transformar o país em exportador líder de hidrogênio verde e seus derivados.
O interesse chileno pelo hidrogênio verde também se dá por conta da necessidade de descarbonizar suas atividades de mineração. O Chile é um dos maiores produtores mundiais de cobalto e lítio, minérios utilizados na fabricação de baterias para veículos elétricos.
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