RIO — A Hintco — empresa responsável pela operacionalização da iniciativa H2Global — anunciou nesta quarta (19/2) o início do segundo leilão global de hidrogênio verde, após a recente aprovação do esquema pela Comissão Europeia.
O leilão, com um orçamento total de 2,5 bilhões de euros, podendo chegar a 3 bilhões de euros, visa promover a produção e o comércio internacional de hidrogênio renovável.
O leilão está dividido em cinco lotes: quatro regionais e um global. Os lotes regionais abrangem América do Norte; América do Sul e Austrália; Ásia; e África, com um mínimo de 484 de euros milhões alocados em cada um, com recursos alemães, para compra de produtos derivados de hidrogênio verde.
Já o lote global, financiado conjuntamente pelos governos da Alemanha e dos Países Baixos, recebeu um mínimo de 567 milhões de euros para compra exclusivamente de hidrogênio molecular.
“Pela primeira vez, este leilão da H2Global é apoiado por financiamento de dois governos, provando que a cooperação global em energia limpa não é apenas possível, mas essencial. Cada leilão e lote aceleram a transição energética, ajudando a escalar mercados e impulsionar investimentos”, disse Markus Exenberger, diretor executivo da Fundação H2Global.
Como funciona o leilão
O programa H2Global é um leilão duplo que compra produtos de hidrogênio verde pelo menor preço possível no mercado global e revende ao maior lance na Alemanha ou na União Europeia.
A diferença de custo entre o preço de compra e o preço de venda é compensada pelo financiamento governamental.
“A Hintco está mais uma vez estabelecendo novos marcos ao reunir fundos de diferentes governos em um único leilão, visando tanto a produção global quanto, pela primeira vez, a europeia de hidrogênio renovável”, disse o CEO da Hintco e cofundador do H2Global, Timo Bollerhey.
Inicialmente apoiado apenas pela Alemanha, hoje, o H2Globlal conta com suporte dos Países Baixos, e parcerias com o Canadá e a Austrália.
O primeiro leilão promovido pela iniciativa, em 2023, era destinado apenas à compra de derivados de hidrogênio verde: amônia, metanol e combustível sustentável de aviação (SAF).
Como resultado, levou à contratação de um projeto no Egito, Norte da África, liderado pela joint venture Fertiglobe, formada pela Adnoc com participação do grupo OCI.
A Fertiglobe, sediada no Emirados Árabes, irá produzir amônia verde no Egito, em uma planta com 273 megawatts de capacidade de produção.
No contrato estimado em 397 milhões de euros, a Alemanha espera importar do Egito, entre 2027 e 2033, até 397 mil toneladas de amônia verde. No total, isso representa mais de 10% da produção anual de amônia alemã.