Diálogos da Transição

Se emplacar, hidrogênio pode movimentar US$ 5 trilhões até 2050

Goldman Sachs estima que para alcançar net zero em 2050, o mundo precisará investir US$ 5 trilhões na cadeia de fornecimento de hidrogênio limpo

Investimentos em hidrogênio podem movimentar US$ 5 trilhões até 2050. Na imagem, Sebastian Piñera, ex-presidente do Chile, Juan Carlos Jobet, ex-Ministro de Minas e Energia, e Loreto Maturana, Gerente de Projetos de Energia da Anglo American testemunham o primeiro abastecimento de um veículo com hidrogênio verde (Foto: Anglo American/Tractebel/Divulgação)
Sebastian Piñera, ex-presidente do Chile, Juan Carlos Jobet, ex-Ministro de Minas e Energia, e Loreto Maturana, Gerente de Projetos de Energia da Anglo American testemunham o primeiro abastecimento de um veículo com hidrogênio verde (Foto: Anglo American/Tractebel/Divulgação)

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Editada por Nayara Machado
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Uma pesquisa do Goldman Sachs aponta que, para alcançar as metas de emissões líquidas zero até 2050, o mundo precisará investir US$ 5 trilhões até lá na cadeia de fornecimento direto de hidrogênio limpo.

Os cálculos consideram produção (eletrolisadores e CCUS para hidrogênio verde e azul, respectivamente), armazenamentodistribuiçãotransmissão comércio global e cobrem apenas o capex (os aportes de capital).

Outros custos como operação e manutenção e o capex associado aos mercados finais (indústria, transporte, edifícios) ou às centrais de produção de eletricidade não entraram na conta.

“Os investimentos na indústria de hidrogênio já começaram a se inclinar notavelmente mais alto, principalmente na implantação de tecnologia de produção. No entanto, estimamos que será necessário muito mais investimento para nos colocar em um caminho consistente com o zero líquido até 2050”, diz o grupo financeiro.

O relatório destaca que a ação dos governos será fundamental para esse mercado, e aborda uma gama de ferramentas disponíveis para apoio de políticas de incentivoVeja na íntegra (.pdf)

“A ação governamental de forma mais ampla começou a ganhar impulso notavelmente, conforme demonstrado pelas mais de 20 estratégias nacionais de hidrogênio recém-lançadas apenas nos últimos dois anos, que vemos estimulando o forte ritmo necessário para os investimentos”, completa.

Um exemplo é a Alemanha, que anunciou um pacote de 9 bilhões de euros como parte de sua estratégia nacional de hidrogênio, e espera atrair mais 33 bilhões de euros em investimentos privados.

Para o Goldman Sachs, assim como ocorreu nas indústrias solar e eólica, os investimentos públicos deverão alavancar investimentos privados cada vez maiores.

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Foco no comércio internacional No geral, os analistas estimam que cerca de 30% do mercado global de hidrogênio pode acabar sendo envolvido no comércio internacional — em comparação com cerca de 25% para o gás natural.

Regiões do Médio Oriente e Norte da África, Austrália e Chile são apontadas como potenciais regiões exportadoras, especialmente via oceanos.

As vantagens dessas regiões são a vasta disponibilidade de recursos de energia renovável de baixo custo ou de gás natural com captura e armazenamento de carbono, além da capacidade de excedente do suprimento da demanda doméstica.

“A Austrália, o Chile e o norte da África devem isso ao seu vasto potencial de recursos de energia renovável de baixo custo, enquanto o Oriente Médio pode contar com seus recursos de energia solar de baixo custo e seu suprimento de gás natural e capacidade de captura e armazenamento de carbono”, indica o documento.

Japão, Coréia e potencialmente Europa Central (entre outros) podem emergir como regiões importadoras de hidrogênio limpo, a depender do ritmo de absorção nas economias locais.

O levantamento vê Japão e Coréia como duas das economias com potenciais centros de demanda de hidrogênio limpo devido ao forte apoio político e apetite pelo desenvolvimento de hidrogênio limpo no ecossistema de energia doméstica.

“Dependendo do ritmo de penetração do hidrogênio nessas regiões, vemos espaço para que ambos os países se tornem importadores de hidrogênio limpo a longo prazo”.

A Europa Central também pode se tornar um importador de hidrogênio limpo, com a Estratégia de Hidrogênio da UE visando 40 GW de capacidade de hidrogênio verde instalada internamente até 2030 e outros 40 GW de países vizinhos.

Resolvendo o quebra-cabeça A transição energética é um quebra-cabeça e as empresas de energia estão tentando entender como montá-lo, afirma Bob Ell, diretor global de Marketing para Óleo e Gás da Honeywell. Em entrevista à agência epbr, o executivo elenca cinco peças que precisam se encaixar: pessoas, segurança cibernética, infraestrutura, processos e automação.

“Há muitos estudos agora que dizem que nossas necessidades de energia como sociedade e como negócios serão quase as mesmas até 2050. E parte desse raciocínio é que, na maioria das vezes, a sociedade não está mudando o consumo”.

Mesmo acreditando na substituição dos veículos a combustão por elétricos de forma significativa nos próximos anos, o especialista aponta que há muitos desafios pela frente, como garantir energia firme e ao mesmo tempo renovável para gerar a eletricidade que será consumida pelos novos motores, por exemplo.

“Precisamos de um equilíbrio de múltiplas fontes de energia. Muito se fala na transição para o hidrogênio e o transporte com amônia. Mas todos esses mecanismos de transporte ainda não foram totalmente desenvolvidos. Ainda temos alguns desafios técnicos para resolver”.

Além de encontrar o caminho para levar hidrogênio aos centros de consumo, será preciso também trabalhar a aceitação do público.

Cota de gênero nos conselhos de empresas europeias Os negociadores da União Europeia devem aprovar a primeira cota do bloco para a proporção de mulheres em conselhos corporativos, disse um parlamentar nesta terça-feira, em uma tentativa de aumentar a representação e melhorar a igualdade de gênero.

O projeto de lei obrigaria as empresas listadas em todos os 27 países membros da UE a ter mulheres ocupando pelo menos 40% dos assentos não executivos do conselho, ou que as mulheres ocupem 33% dos cargos executivos e não executivos combinados. Reuters

No Brasil, a EDP formou a primeira turma da escola de eletricistas exclusiva para pessoas trans em São Paulo, na última sexta (3/6). A empresa do setor elétrico tem meta de direcionar pelo menos 50% das contratações para profissionais de grupos sub-representados, como mulheres, pessoas negras, pessoas com deficiência, LGBTQIAP+ e 50+.

“Fomentar a educação a partir de ações intencionais e propositivas é fundamental para gerarmos oportunidades às populações mais vulnerabilizadas. Ao promover uma jornada de desenvolvimento e capacitação profissional, a escola será um passo em direção à cidadania, empregabilidade e acolhimento da população trans”, afirma Fernanda Pires, vice-presidente de Pessoas e ESG da EDP no Brasil.

Com carga horária de aproximadamente 500 horas e cerca de três meses de duração, a Escola de Eletricistas é gratuita e tem como foco a qualificação e capacitação de pessoas para a profissão de eletricista de redes de distribuição de energia.

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