RIO – A plataforma Acelerador da Transição Industrial (ITA, na sigla em inglês) divulgou nesta quinta (12/12) a seleção de mais três empreendimentos brasileiros de produção de hidrogênio verde para seu Programa de Apoio a Projetos.
European Energy, Fortescue e Green Energy Park se juntam à Atlas Agro, selecionada em outubro. Juntos, eles somam mais de US$9,5 bilhões em investimentos previstos.
“Essas instalações emblemáticas de produção com baixo teor de carbono representam o tipo de investimento industrial que precisamos ver multiplicado no país e em todo o mundo para atingir nossas metas climáticas coletivas. Elas também demonstram que há uma oportunidade econômica real para o Brasil no crescimento do setor verde”, afirma Faustine Delasalle, diretora executiva do ITA.
Criado em 2023, durante a COP28, o ITA é uma plataforma que reúne líderes globais, instituições financeiras e governos para direcionar investimentos para projetos que apresentem soluções de descarbonização na indústria pesada e no transporte, e possui uma parceria com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Projetos selecionados
A European Energy está desenvolvendo, no Complexo Industrial e Portuário de Suape, em Pernambuco, a primeira fábrica em larga escala do Brasil para produzir metanol sintético (e-metanol), a partir de hidrogênio verde com dióxido de carbono biogênico oriundo da cana-de açúcar.
A companhia estima investimentos de cerca de US$ 344 milhões e possui um acordo com a Petrobras, para estudar uma possível parceria.
“Nosso projeto de e-metanol em Suape é um símbolo da neoindustrialização do Brasil em uma base sustentável e tecnológica”, diz Thiago Arruda, diretor de Desenvolvimento de Negócios para a América Latina da companhia.
Já a australiana Fortescue prevê a produção de 168 mil toneladas de hidrogênio verde por ano – equivalente a 0,9 milhão de toneladas de amônia – no Porto de Pecém, no Ceará, com investimentos previstos de US$ 4 bilhões.
Segundo Luis Viga, presidente da Fortescue no Brasil, o progresso dessa indústria e do projeto no Pecém pode contribuir para lançar as bases de uma nova estrutura de produção que abrangerá setores como mineração, aço verde, combustíveis eletrônicos e fertilizantes.
No Piauí, o Green Energy Park está desenvolvendo uma unidade de produção e exportação de amônia verde, cuja primeira fase tem como meta a capacidade de exportação de 2,1 milhões de toneladas por ano e envolveria um investimento de aproximadamente US$ 4,5 bilhões.
O projeto, que já conta com apoio da União Europeia, espera enviar a amônia para a ilha de Krk, na Croácia. A partir daí, o hidrogênio deverá abastecer consumidores industriais no Sudeste da Europa.
“Estamos entusiasmados em trabalhar com o ITA para acelerar nossos projetos transformadores de hidrogênio verde no Brasil”, disse Bart Biebuyck, CEO da Green Energy Park.
Além desses, a primeira planta de fertilizantes verdes a partir de hidrogênio verde em escala industrial no Brasil, da Atlas Agro, integra a lista de projetos da iniciativa, com investimentos de US$ 850 milhões.