CAMPINAS — O Paraná quer estimular projetos de hidrogênio no estado e, para isso, lançou, no início de 2025, um plano para embasar políticas públicas, conta o coordenador de gás natural, biocombustíveis e hidrogênio renovável do estado do Paraná, Thiago Olinda, em entrevista ao estúdio eixos durante o 12° Fórum do Biogás. Confira a entrevista acima na íntegra.
Criada há menos de um ano, a Superintendência Geral de Gestão Energética é outro movimento do governo estadual com foco no desenvolvimento de uma infraestrutura de coordenação de políticas para o setor de energia local.
O estado já tem uma legislação para incentivar o uso de hidrogênio, a Política Estadual do Hidrogênio Renovável, sancionada em 2023. Segundo Olinda, a regulamentação da lei está na agenda do governo.
No início do ano foi lançado o Plano Estadual do Hidrogênio Renovável, que mapeia potencialidades e demandas necessárias para o desenvolvimento da matriz paranaense.
“Quando a gente quer fazer uma política de desenvolvimento setorial, é um conjunto de ações. No caso do hidrogênio, incentivar o desenvolvimento de PD&I, incentivo a produção com subsídios na parte tributária e de acesso a crédito, e incentivo à demanda”, detalhou Olinda.
A expectativa é ter, nos próximos anos, o primeiro projeto em escala industrial.
“Já existe uma planta de 5 megawatts (MW) de produção de hidrogênio renovável que está sendo desenvolvida no estado do Paraná, e muito provavelmente vai ser o primeiro projeto concreto de grande porte”, diz Olinda.
“Para uma indústria de hidrogênio, pode ser considerado algo até pequeno, mas essa planta já nasce com um porte significativo para 5 MW, com a tendência de ser ainda maior com a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que já anunciou investimento lá na sua planta de Araucária”, completa.
O estado tem dois projetos relevantes. Um é o da CSN, que tem protocolo de intenções assinado com a Petrobras para implantação da unidade.
A iniciativa tem como propósito a descarbonização das operações das duas empresas. A molécula produzida poderá ser utilizada em processos industriais ou como combustível, e será obtida a partir da eletrólise da água, com energia de fontes renováveis.
O outro é do consórcio Biogas-to-H2 Paraná (B2H2), composto pela Companhia Paranaense de Energia (Copel), Sanepar e outras instituições do estado. O projeto busca usar o biogás gerado em uma estação de tratamento de esgoto para produzir hidrogênio renovável de baixa emissão de carbono.
A iniciativa foi uma das cinco selecionadas pela chamada pública para hubs de hidrogênio realizada pelo Ministério de Minas e Energia (MME).