Países devem se unir para criar mercado eficiente para hidrogênio verde, diz ministro alemão

O ministro da Economia e Energia da Alemanha, Peter Altmaier. Foto: reprodução Fórum Econômico Mundial
O ministro da Economia e Energia da Alemanha, Peter Altmaier. Foto: reprodução Fórum Econômico Mundial
Painel Restoring Economic Growth (Option 2). Foto: Reprodução

A associação entre países para incentivar a cadeia de produção eficiente para o hidrogênio verde é bom exemplo da sinergia possível entre incentivos à retomada econômica e a transformação para uma economia de baixo carbono. A avaliação é do ministro da Economia e Energia da Alemanha, Peter Altmaier, que participou de uma mesa de debate no primeiro dia do Fórum Econômico Mundial, em Davos.

“Percebemos que o hidrogênio verde é um elo que ainda falta para a transição energética e muitos países desenvolvidos terão que importá-lo de países em desenvolvimento”, disse Altmaier. Se pudermos desenvolver uma cadeia internacional de suprimento, com, por exemplo, países da América do Sul, que têm grande potencial de produção a partir da energia eólica e solar, então isso teria um efeito muito importante como estímulo à economia”.

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, defendeu que o momento atual exige a definição de mecanismos de precificação do carbono que acompanhem o custo da destruição ambiental, a necessidade de prestação de contas sobre ações tanto no setor público quanto privado e, finalmente, a necessidade de manutenção de investimentos em inovação.

A presidente do BCE ainda afirmou que há na sociedade uma forte percepção da urgência das mudanças climáticas.

“Todos temos na memória lembranças muito difíceis acerca das tentativas de precificar o carbono”, reconhece Lagarde. Mas para ela, hoje é possível desenvolver sistemas de precificação eficientes.

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Corte de emissões como oportunidade à inovação

Para o presidente global da Volkswage, Herbert Diess, apesar da crise atual, objetivos de sustentabilidade – como metas de redução de emissões – são estímulos importantes para a inovação na indústria.

Este ano a Volkswagen terá que pagar uma multa ambiental de € 275 milhões por não cumprir integralmente metas de redução de emissões em 2020 impostas pela União Europeia. Diess afirma ter reduzido a média de emissões de CO2 de sua frota em 20% e promete cumprir as metas para o próximo ano.

“Novos objetivos contra mudanças climáticas são uma oportunidade para a inovação e para a produção de carros e da nova mobilidade com uma pegada de carbono reduzida, e nós nos consideramos inovadores nesta indústria, esta é uma oportunidade”, afirmou Diess.

A defesa de investimentos em inovação também é feita pelo presidente do Banco Central do Japão, Haruhiko Kuroda. Para ele, tornar a economia mais verde vai proporcionar um impulso significativo no crescimento japonês, influenciado pela demanda de investimentos.

A retomada do crescimento econômico em 2021 ainda é uma incerteza em todo o mundo. Mas enquanto economistas preveem que a economia na Zona do Euro deve crescer apenas 0,6% no primeiro quadrimestre de 2021 – marca que representa apenas a metade da média das previsões para o período feitas em dezembro -, no Japão, espera-se que a economia do país retorne aos níveis pré-pandêmicos no final do ano financeiro de 2021. No ano seguinte, o governo japonês trabalha com a previsão de crescimento do PIB de 2%.

O ministro francês da Economia, Finanças e Recuperação, Bruno Le Maire, afirma que embora a resposta econômica de curto prazo para combater a crise demande estímulos fiscais e incentivos governamentais, no longo prazo é preciso ter foco na guinada que se pretende produzir na economia, e manter investimentos em inovação.

“Temos que pensar no tipo de economia que queremos construir, queremos construir uma economia sustentável e reduzir as desigualdades”, disse Le Maire.

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