BRASÍLIA – Parceria entre a Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável (GIZ) e a Universidade Federal de Itajubá (Unifei) inaugurou na quarta (27/9) o centro de hidrogênio verde que irá testar a aplicação da molécula na indústria brasileira.
Com um investimento de cerca de R$ 25 milhões do governo alemão, o Centro de Hidrogênio Verde (CH2V) fica em Itajubá, no estado de Minas Gerais (MG).
Os experimentos para o uso de hidrogênio de baixo carbono pretendem avaliar a viabilidade da aplicação do gás de baixa emissão em processos industriais, junto a empresas siderúrgicas de MG, por exemplo.
O hidrogênio verde é considerado uma alternativa para os setores de difícil descarbonização, como a siderurgia. Globalmente, o setor contribui com cerca de 7% das emissões de CO2 relacionadas à produção e ao uso de energia, segundo a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês).
Na segunda fase, prevista para 2024, o centro inaugurará uma unidade com capacidade produtiva de 60Nm³/h de hidrogênio verde, além de uma estação de abastecimento de veículos que utilizará um dispositivo de eletrolisador de 300 kW, tanques de armazenamento, um ponto de abastecimento e uma célula de combustível.
P&D
Alimentado exclusivamente por painéis fotovoltaicos, o CH2V vai abrigar laboratórios que serão utilizados por instituições e empresas interessadas em desenvolver pesquisas e aplicações consumindo o hidrogênio de baixa emissão de carbono.
O centro terá capacidade para monitorar, medir, proteger e garantir a segurança da produção de hidrogênio, bem como para analisar questões logísticas e de uso final.
E planeja incluir em seus programas de ensino disciplinas que se concentrem no hidrogênio verde para estudantes de graduação, pós-graduação e especialização.
Notícias Relacionadas
Mercado de trabalho
Hidrogênio verde vai demandar três mil técnicos por ano no Brasil, aponta Senai
A produção de hidrogênio por eletrólise é vista como a área com maior potencial de crescimento nos próximos anos
COP30
Brasil vai enfrentar dilema entre exploração de petróleo e liderança climática na COP30
Embaixador diz que discussão sobre utilizar parte dos recursos do petróleo para financiar a transição energética é “difícil”, mas deve ocorrer de forma “muito aberta”
Política para o hidrogênio
A inauguração do centro tecnológico contou com a presença do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Durante o evento, Silveira mencionou o Programa Nacional do Hidrogênio como estratégia para promover ações de desenvolvimento do combustível de baixo carbono no Brasil.
“Sob a orientação do presidente Lula, no Conselho Nacional de Política Energética, definimos uma estratégia clara para o desenvolvimento da produção e uso do Hidrogênio de baixo carbono no Brasil. O nosso plano de ação, já aprovado e em implementação, é ambicioso, contando com 65 ações concretas para tirar a estratégia do papel”, disse.
Segundo o ministro, já foram anunciados cerca de 30 bilhões de dólares em projetos relacionados ao hidrogênio verde no país.
“Já registramos cerca de 30 bilhões de dólares em projetos anunciados de hidrogênio de baixo carbono no país. A produção e uso de hidrogênio vão contribuir para o nosso desenvolvimento econômico e social”.
Além disso, Silveira comentou que o MME avalia apresentar ao Congresso uma proposta de criação de um marco legal para o hidrogênio, a ser elaborada com outros ministérios.
“O MME, como coordenador do PNH2, está trabalhando também na definição do marco legal-regulatório nacional para o hidrogênio juntamente com outros ministérios para apresentar a proposta ao Congresso Nacional”, afirmou.
