RIO – A Prefeitura de Maricá, município do Rio de Janeiro, assinou nesta quarta (27/3), um memorando de entendimento com empresas privadas do Brasil e da França interessadas na produção de ônibus híbridos elétrico-hidrogênio desenvolvidos e financiados pelo município.
O acordo, com a francesa HYFIT e a brasileira Ydrogênio, foi celebrado durante o 8º Fórum Econômico Brasil-França, que reuniu na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o presidente da França, Emmanuel Macron, e empresários de ambos os países.
“O que assinamos aqui na Fiesp é mais um passo para que nasça a fábrica de ônibus em Maricá contando com o trabalho em conjunto entre poder público, ciência brasileira e a iniciativa privada. O hidrogênio será um vetor fundamental da economia local e tem potencial para ser um exemplo a ser seguido no país”, disse Igor Sardinha, secretário de desenvolvimento econômico de Maricá.
A prefeitura vem desenvolvendo pesquisas de ônibus híbridos elétrico-hidrogênio para o uso no transporte público urbano, e espera substituir integralmente a frota municipal até 2038.
Pesquisas francesas para hidrogênio natural
O município de Maricá, hoje o que mais recebe royalties da exploração e produção de óleo e gás no Brasil, aposta no seu potencial para exploração de hidrogênio natural, conhecido também como hidrogênio branco, uma nova fonte de recursos.
No ano passado, um grupo de cientistas brasileiros e franceses, liderados pelo professor Paulo Emílio de Miranda, presidente da Associação Brasileira de Hidrogênio (ABH2), comprovaram a existência de uma reserva de hidrogênio natural com grande potencial em Maricá.
Miranda também esteve presente no evento com o presidente francês, onde assinou um acordo para pesquisa e avanços sobre hidrogênio natural, além dois Memorandos de Entendimento da associação brasileira com a France Hydrogène, contraparte francesa da ABH2, e o outro com o Mouvement des Entreprises de France (Medef), que representa empresas francesas.
Os memorandos firmaram a cooperação para desenvolvimento da economia do hidrogênio nos dois países, e representam marco muito significativo no intercâmbio empresarial e de conhecimento tecnológico entre França e Brasil.
“Parcerias internacionais são cruciais para o desenvolvimento da energia do hidrogênio. A assinatura desses Memorandos de Entendimento representa um passo importante para incentivar um mercado binacional e na adoção em larga escala de tecnologias para produção e uso do hidrogênio”, disse Paulo Emílio de Miranda.
A França é um dos países na liderança de pesquisas a respeito do hidrogênio natural. No ano passado, cientistas fizeram a descoberta do que pode ser a maior reserva do gás, na região de Lorraine.
A descoberta levou o Macron a declarar, durante evento da Airbus em dezembro de 2023, que a França fornecerá “financiamento maciço para explorar o potencial” do hidrogênio natural, segundo o Hydrogen Insight.
“Quando olhamos hoje para todos os estudos, a França é um dos países com mais reservas de hidrogênio natural… não podemos deixar este recurso adormecido e devemos inovar”.
“Vamos acelerar enormemente esta investigação e trabalhar para ver até que ponto esta tecnologia pode ajudar-nos a dar um passo em frente em termos de disponibilidade de hidrogénio”, disse Macron.