O plano de transição do Japão para uma economia neutra em emissões de carbono vai gerar um impacto econômico de 190 trilhões de ienes, algo que equivale a cerca de US$ 190 bilhões, e gerar 15 milhões de postos de trabalho no país até 2050. As informações fora divulgadas pelo primeiro ministro japonês, Suga Yoshihide, durante discurso no Fórum Econômico Mundial.
O Japão definiu no final de 2020 sua estratégia de crescimento verde, focada na transição para a economia de baixo carbono. O país assumiu o compromisso de se tornar neutro em emissões até 2050. Para isso, o governo japonês estipulou metas em 14 áreas consideradas prioritárias para o objetivo.
Entre elas está a necessidade de impulsionar a geração de energia sustentável. O arquipélago japonês pretende investir substancialmente no desenvolvimento de fazendas eólicas offshore. Outra frente importante será o desenvolvimento de tecnologias a partir do hidrogênio.
“Medidas (de objetivos) ambientais não têm mais o impacto de contração da economia. Ao contrário, hoje elas transformam substancialmente a economia social, gerando crescimento robusto e é isso que o Japão quer mostrar ao mundo”, disse Yoshihide, mostrando o interesse do país em ter um papel relevante para as transformação da economia verde.
Mais cedo nesta semana, o papel pioneiro do Japão no desenvolvimento de fontes renováveis de energia foi citado por Bill Gates. O milionário filantropo afirmou que Japão e Alemanha tiveram papel fundamental para popularizar e reduzir os custos da tecnologia solar fotovoltaica, investindo em painéis solares quando a tecnologia ainda não era financeiramente rentável.
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No discurso de hoje Yoshihide também cobrou que os países aprofundem a cooperação internacional para a transição à economia verde. A fala está em linha com o discurso de outras potências asiáticas.
Também hoje, o Primeiro Ministro de Singapura, Lee Hsien Loong, afirmou que a pandemia do coronavírus não deve permitir que percamos de vista outros grandes desafios globais.
“A mudança climática está claramente acelerando perigosamente”, diz ele. “Já está tarde, mas se os países trabalharem juntos, a humanidade terá esperança de evitar uma catástrofe”, afirmou.
Para Loong, a boa notícia é que os países estão levando as mudanças climáticas mais a sério. Ele cita o retorno dos EUA ao Acordo de Paris, assinado no primeiro dia do governo de Joe Biden, a as metas de redução de emissões anunciadas pela China no final do ano passado.
Ainda assim, as promessas e metas anunciadas não são o suficiente. “Os países precisam trabalhar juntos por meio de regras estabelecidas. Somente assim podemos enfrentar questões como a pandemia, o retorno ao crescimento ou as mudanças climáticas”, frisou Loong.
O retorno dos Estados Unidos ao Acordo de Paris foi saudado também pelo governo chinês. Fu Ying, Vice-presidente, Comitê de Relações Exteriores da China, frisou que, apesar das preocupações mais imediatas relativas à pandemia da Covid-19, a discussão e a cooperação acerca das mudanças climáticas precisam ser retomadas.
Em uma economia globalizada, os impactos das mudanças climáticas afetarão a todos e os países precisam trabalhar conjuntamente.
“A economia chinesa está integrada à cadeia de abastecimento global, então temos que trabalhar juntos”, disse. “Se pudermos compartilhar valores e administrar a situação, podemos salvar o planeta”.
Arábia Saudita
A defesa de maior diálogo entre os países no combate às mudanças climáticas e no desenvolvimento de tecnologias capazes de reduzir emissões também foi feita pelo príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Faisal bin Farhan Al Saud.
Ele afirmou que seu país está disposto a seguir contribuindo com os esforços globais no combate aos desafios climáticos.
A região árabe desempenhou um papel importante no fornecimento de energia ao mundo e também desempenhará um papel crucial no cumprimento das metas de neutralidade de carbono, disse Al Saud. No novo cenário, a Arábia Saudita pretende ter um papel relevante não apenas regionalmente, mas no mundo.
O país já trabalha com parceiros europeus para desenvolver tecnologia de hidrogênio azul e hidrogênio verde. Para ele, esses esforços conjuntos serão chave para que o mundo possa realmente dar uma resposta efetiva ao desafio das mudanças climáticas.
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