Hydro fecha acordo com USP para pesquisar uso de resíduo da bauxita na construção civil

Uso de resíduo da bauxita pode reduzir pegada de carbono da indústria de cimento, responsável por 10% da emissão de CO2 global

Bauxite - Hydro Paragomias Photo: João Ramid
Bauxite - Hydro Paragomias Photo: João Ramid

RIO — A mineradora norueguesa Hydro anunciou nesta sexta (21) um investimento de R$ 2,2 milhões junto à Universidade de São Paulo (USP) para estudar alternativas no uso do resíduo de bauxita, proveniente da sua mineração, na construção civil.

A Hydro é uma das maiores produtoras mundiais de alumínio, metal que tem a bauxita com principal matéria-prima.

O uso do resíduo pode reduzir a pegada de carbono da indústria do cimento, que hoje é responsável por 10% das emissões de CO2 no mundo.

A pesquisa, com prazo de dois anos, focará na aplicação desse resíduo na produção de pisos cimentícios, em um primeiro momento, mas outros usos no setor de construção também serão identificados ao longo do projeto.

“Temos investido fortemente na busca por alternativas de uso mais sustentáveis para o resíduo de bauxita. A parceria com a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo vem reforçar nosso alcance e portfólio em pesquisa e desenvolvimento” disse Marcelo Montini, consultor da área de tecnologia da Hydro.

As minas de bauxita da norueguesa estão localizadas no Pará, onde também está a refinaria da companhia, a Alunorte.

O convênio com a USP vai priorizar a criação de produtos com maior potencial de consumo do resíduo.

A companhia acredita que a introdução destes novos produtos no mercado pode ser também uma oportunidade de geração de novos negócios, emprego, renda e desenvolvimento da região.

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Estratégias de baixo carbono

Além da construção civil, a Hydro vem adotando estratégias para reduzir e compensar emissões na produção de alumínio.

O compromisso é reduzir suas emissões de gases de efeito estufa em 30% até 2030.

Recentemente, a empresa anunciou a criação da subsidiária Hydro REIN, que vai atuar em soluções de energia renovável voltada para indústrias.

No Brasil, a Hydro REIN tem dois memorandos de entendimento para projetos em andamento.

Um com a Scatec e a Equinor para a construção de uma usina solar fotovoltaica, de 480 MW, no Rio Grande do Norte, e outro com o Green Investment Group (GIG) para uma usina híbrida –  energia eólica e solar – com 620 MW de capacidade instalada. O projeto será instalado no Piauí (PI)  e em Pernambuco (PE).

Hidrogênio

Nesta sexta (21), a Hydro também assinou um memorando de entendimento com a companhia dinamarquesa de hidrogênio Everfuel.

As duas empresas querem estabelecer uma estrutura para operação e otimização de eletrolisadores de hidrogênio baseados em energia renovável na Europa.

A ideia da Hydro é substituir o gás natural por hidrogênio verde, como combustível de aquecimento na produção de alumínio da empresa.

“Precisamos abastecer o mundo com energia renovável, e o hidrogênio renovável é uma forma de levar energia verde para indústrias e setores que historicamente têm sido difíceis de descarbonizar. O uso de hidrogênio permitirá operações mais sustentáveis ​​na Hydro e, por meio da parceria com a Everfuel, também seremos capazes de atender ao crescente mercado de mobilidade verde na Europa ”, disse Arvid Moss, vice-presidente executivo de energia da Hydro.

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