O setor energético brasileiro tem passado por transformações visando reduzir sua pegada de carbono, despontando indústrias com novas soluções energéticas.
No entanto, iniciativas mais robustas e integradas serão necessárias para que o Brasil cumpra o compromisso assumido em Conferências das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a exemplo da COP26, de mitigar suas emissões de gases de efeito estufa em 50% até 2030 — e o gás natural desempenha um papel crucial nessa transição.
Inspirada em projetos na Noruega e no Canadá, entre outros países, a EnP Energy Platform está trabalhando para desenvolver ecossistemas energéticos em nosso país, um deles no Sudeste e outro no Nordeste, mais especificamente em Sergipe.
O primeiro chama-se Hub SolarES, que está sendo concebido para aproveitar as sinergias energéticas e logísticas entre os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo. Esse Hub integrará diferentes projetos visando a neutralidade de carbono, dentre eles:
- Hub GasinES: uma Central de Operação e Distribuição (COD) de gasodutos, que visa conectar a produção de gás das bacias de Campos e Espírito Santo às plantas de tratamento de gás existentes e em projeto na região; além de ter a possibilidade de ser integrada com projetos de parques eólicos offshore que estão sendo desenvolvidos no litoral desta mesma região.
- CCS/CCUS: desenvolvimento de infraestrutura para captura do CO₂ em indústrias, como as de siderurgia e celulose no Espírito Santo. Com transporte e armazenagem do CO₂ em campos maduros, podendo ainda contribuir para a recuperação avançada de petróleo em diferentes reservatórios de campos maduros no onshore capixaba.
- Estocagem de gás natural: desenvolvimento de infraestrutura para estocagem de gás, distribuída em vários reservatórios terrestres no Espírito Santo.
- Produção de hidrogênio “azul esverdeado”: desenvolvimento de infraestrutura para geração de hidrogênio a partir do gás natural e de energias solar e eólica.
- Bioquerosene de Aviação (SAF): desenvolvimento de infraestrutura para produção de querosene de aviação utilizando o CO₂, captado das indústrias da região; e H₂ através da rota Fischer-Tropsch.
- Produção de etanol e biometano: sinergia com plantas de produção de etanol (milho e cana de açúcar), de biodiesel (soja) e de biometano (cana de açúcar e aterros sanitários) existentes e em projeto na região.
- Termelétrica com carbono neutro: geração de energia elétrica, seja utilizando biogás e biomassa ou através de gás natural com implementação de plano de compensação de emissões de carbono.
- Massificação da comercialização de créditos de carbono: iniciativa para fomentar a compra e venda de créditos de carbono entre pessoas físicas e entre empresas.
A integração dos projetos do SolarES ajudará a transformar a região em um hub de baixo carbono, podendo chegar à neutralidade e eventualmente a um superávit.
A implementação desse conceito inovador “híbrido-flex” irá demandar a articulação entre vários setores da economia para o desenvolvimento de fractais de ecossistemas energéticos que mesclam a indústria de petróleo e gás com as de novas soluções energéticas, rumo a uma transição focada na sustentabilidade no seu sentido mais amplo.
Marcio Felix é CEO da EnP e Bianca Silveira, coordenadora do projeto Hub Solares na EnP.
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