BRASÍLIA — Na última quarta-feira (26/10), o governo do Ceará assinou mais dois memorandos de entendimento (MoU) para a produção de hidrogênio verde (H2V) e de equipamentos para geração eólica no Complexo do Pecém.
Os acordos foram firmados pela fabricante chinesa de turbinas eólicas, a Goldwind, e pela holding brasileira de geração e transmissão de energia, a Alupar.
A Alupar pretende integrar o hub de hidrogênio verde do Pecém, atuando no pool de armazenamento de amônia, que vem sendo a aposta do mercado como maneira viável de transporte do H2V em navios para exportação.
“Já temos investimentos no Ceará, e temos a intenção de participar dessa produção de hidrogênio verde e também estamos estudando a parte de offshore”, comentou o Diretor Técnico de Transmissores da empresa, João Greco.
A companhia está presente no estado do Ceará, com um parque eólico onshore, com capacidade instalada de 98 MW, em operação, além de uma planta fotovoltaica, de 47 MW, em fase de implantação.
Já a chinesa Goldwind planeja investir até R$ 150 milhões em uma fábrica de turbinas eólicas no complexo portuário, de olho no potencial de geração offshore do estado — que possui 48 GW em projetos em licenciamento junto ao Ibama.
O Diretor Geral Brasil da Goldwind, José Eduardo Carvalho Filho, destacou a relação dos investimentos em eólicas em alto mar com a indústria do hidrogênio.
“Temos acompanhado o mercado offshore, e todos os movimentos, inclusive a regulamentação desse mercado e empresas, principalmente no que dá suporte ao programa de hidrogênio verde e energia limpa”, disse.
Outras iniciativas
Para o secretário do Desenvolvimento Econômico e Trabalho do Ceará, Maia Júnior, os acordos demonstram o compromisso do Ceará em se consolidar uma potência mundial na produção de renováveis e hidrogênio verde.
Ao todo, o Ceará acumula 24 memorandos para a geração de fontes renováveis no estado, se tornando protagonista em projetos de energia limpa no Brasil.
Em junho, a corporação Fortescue Future Industries fechou um pré-contrato com o governo do Ceará, para avançar no projeto de usina de geração de hidrogênio verde no Porto do Pecém. O investimento foi estimado em US$ 6 bilhões.
Recentemente, o relatório da SAE Brasil indicou o potencial do Nordeste para o desenvolvimento de H2V para descarbonizar o setor de mobilidade. O documento apresenta oportunidades nas iniciativas públicas e privadas para a geração do renovável nos nove estados que compõem a região.
- Na epbr: Em que pé está o hub de hidrogênio do Pecém? Projetos no Ceará somam 8 GW em capacidade de eletrólise para produzir 1,3 milhão de toneladas de hidrogênio verde por ano