Demanda por transmissão

EPE identifica problemas para transmissão no Rio Grande do Norte com entrada de projetos de hidrogênio

Linha de Transmissão de energia com visão, de baixo para cima, da parte interna da torre de transmissão
Linha de Transmissão de energia

RIO — A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) divulgou, nesta quarta (23/10), um estudo que avalia as condições do sistema de transmissão da região Nordeste para a conexão de grandes cargas, focando na produção de hidrogênio.

Apesar do potencial da região, o estudo identificou sobrecargas em algumas linhas de transmissão (LTs) pré-existentes no Rio Grande do Norte, que poderiam se agravar com a conexão de plantas de hidrogênio verde.

São as LTs 230 kV Açu III – Mossoró II C1 e C2; Lagoa Nova II – Paraíso C2, e Campina Grande II – Paraíso C1 e C2, esta última a que liga o Rio Grande do Norte à Paraíba.

“Tais problemas são, em alguns casos, agravados pela inserção de cargas de grande porte, a depender do ponto de conexão dessas cargas, o que resultaria em margem zero para esses pontos”, diz o estudo. 

Entretanto, a EPE esclarece que essas limitações já estão sendo abordadas na terceira parte do estudo de expansão das interligações regionais, em elaboração. 

A publicação é uma resposta ao crescente interesse de investidores na instalação de plantas para produção de hidrogênio verde no Brasil. Onze projetos somando uma potência de 45,4 GW até 2038 já pediram conexão, de acordo com o Ministério de Minas e Energia (MME).

O estudo da EPE marca a primeira etapa de um projeto maior, com conclusão prevista para outubro de 2025, que visa planejar a expansão das margens de transmissão e identificar as necessidades para suportar a conexão desses novos empreendimentos. 

A análise considerou oito pontos estratégicos de conexão em 500 kV na região Nordeste, que já possuem pedidos de conexão à rede oriundos de empreendimentos de produção de hidrogênio verde, como Parnaíba III (PI), Pecém III (CE) e Camaçari II (BA).

Mesmo com o problema no Rio Grande do Norte, o estudo conclui que o sistema existente e planejado da região Nordeste já possui capacidade para conexão de cargas de grande porte, o que seria suficiente para o início do desenvolvimento dos empreendimentos. 

Apesar de o foco da análise ter sido para a conexão de cargas de produção de hidrogênio, a EPE também ressalta que os resultados se aplicam a outros tipos de cargas de grande porte, como os  projetos de data centers, empreendimentos intensivos em energia elétrica e que também possuem interesse de implantação na região Nordeste.