Até R$ 18 bilhões

Entenda os incentivos ao hidrogênio de baixo carbono aprovados pelo Senado

Senadores autorizam ampliação do prazo para estados aderirem ao Propag e negociarem dívidas com federalização de estatais. Na imagem: Rodrigo Pacheco preside sessão, no Plenário do Senado, para discutir renegociação do pagamento de R$ 765 bilhões em dívidas dos estados, em 15/8/2024 (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)
Senado analisou projeto que renegocia o pagamento de R$ 765 bilhões em dívidas (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

O Senado aprovou o Projeto de Lei 3027/2024, que cria um programa de incentivos fiscais para o hidrogênio de baixo carbono. Entenda os principais detalhes da proposta que seguiu para sanção presidencial.

O que foi aprovado?

O Projeto de Lei 3027/2024 cria um programa de créditos fiscais de R$ 18,3 bilhões para incentivar a produção e o consumo de hidrogênio de baixo carbono no Brasil. Mas o que isso significa na prática?

Entendendo o hidrogênio de baixo carbono

O hidrogênio de baixo carbono é uma fonte de energia cuja produção e uso liberam menos gases de efeito estufa na atmosfera em comparação ao obtido a partir de combustíveis fósseis.

A legislação brasileira define como “baixo carbono” o energético com intensidade de até 7 kg de CO2 por kg de H2 produzido. Isso abre uma janela para que ele possa ter diferentes origens: desde eletrólise com energias renováveis (verde), até gás natural com captura de carbono (azul), passando também pela reforma de biocombustíveis, como etanol e biometano.

Como funcionará o programa?

  1. Período de vigência: O programa distribuirá créditos fiscais entre 2028 e 2032.
  2. Valor total: R$ 18,3 bilhões em créditos fiscais.
  3. Distribuição anual: o benefício não poderá superar R$ 1,7 bilhão em 2028, R$ 2,9 bilhões em 2029, R$ 4,2 bilhões em 2030, R$ 4,5 bilhões em 2031 e R$ 5 bilhões em 2032, e terá que constar do Orçamento da União.

Benefícios para produtores e consumidores

O programa oferecerá créditos fiscais de até 100% da diferença entre o preço estimado do hidrogênio verde e o preço dos combustíveis fósseis que ele substituirá. Isso torna o hidrogênio verde mais competitivo no mercado.

Quem se beneficia mais?

Quanto menor a emissão de carbono do projeto, maior será o benefício fiscal. O objetivo é incentivar as empresas a investir em tecnologias cada vez mais limpas.

Transparência e prestação de contas

O governo federal será obrigado a publicar anualmente um relatório detalhando:

  • Resultados da Política Nacional do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (PNH2)
  • Lista de projetos habilitados
  • Impactos das ações de monitoramento e fiscalização

O que muda para as empresas?

  1. Ressarcimento mais flexível: As empresas poderão receber o ressarcimento em dinheiro dos créditos não compensados em até 12 meses após a solicitação.
  2. Menos burocracia: O ressarcimento não dependerá mais da insuficiência de débitos de CSLL ou outros tributos federais.

Próximos passos

O projeto agora segue para sanção presidencial. Após isso, espera-se que a Receita Federal publique normas detalhadas sobre como os créditos fiscais serão aplicados.