RIO — O grupo alemão Neuman & Esser (NEA) inaugurou, nesta quarta (27/11), uma nova unidade de fabricação de geradores de hidrogênio de baixo carbono, em Belo Horizonte, Minas Gerais.
Com investimento de R$ 70 milhões, a nova unidade espera aumentar a produção de eletrolisadores do tipo PEM em até sete vezes, com capacidade de produzir até 70 MW/ano. Os equipamentos são utilizados para a produção do hidrogênio verde, com a eletrólise da água a partir de eletricidade de fontes renováveis.
Além disso, a fábrica também vai expandir a capacidade de produção de compressores de gases industriais, como hidrogênio e carbono, e de reformadores – equipamentos para produção de hidrogênio a partir da reforma de biogás e de etanol, por exemplo.
O diretor presidente do Grupo NEA no Brasil, Marcelo Veneroso, explica que os planos da companhia são de mais expansão nos próximos anos, para atender ao mercado internacional.
“Estamos preparados para expandir conforme o mercado de hidrogênio de baixo carbono evolui no Brasil e na América Latina. Nossa estratégia de fortalecimento abrange quatro frentes de atuação: fabricação de unidades compressoras para gases, sistemas de moagem e classificação de materiais sólidos, geradores de hidrogênio e serviços especializados”, explica Veneroso.
A empresa detém a Hytron, e é a única que produz eletrolisadores no Brasil.
Em meio a debates sobre os incentivos federais para projetos de hidrogênio no país, a Hytron defende uma política que priorize a indústria brasileira, com a exigência de um percentual mínimo de equipamentos e serviços de origem nacional para acesso aos subsídios do governo.
Redução das emissões em Minas Gerais
Além da fábrica do Grupo NEA, Minas também é a sede do Centro de Pesquisa de Hidrogênio Verde (CH2V), na Universidade Federal de Itajubá, e do projeto da Atlas Agro — um dos mais promissores empreendimentos de hidrogênio verde em larga escala do país — para produção de fertilizante em Uberaba.
“Fico muito satisfeito de o nosso estado estar atraindo investimentos importantes como esse, que vão participar dessa transição que é fundamental para a sobrevivência da humanidade. Nós estamos juntos de quem trabalha e de quem quer uma economia mais limpa para o planeta”, disse o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), durante o evento de inauguração na quarta.
O estado tem meta de neutralidade climática até 2050. Segundo Zema, o objetivo é que, já em 2030, Minas já tenha alcançado uma redução de 30% nas emissões, meta intermediária apresentada pelo governo mineiro durante a COP29, no Azerbaijão.
“Nós temos um futuro muito promissor com a geração de energia limpa em Minas Gerais. E queremos, com isso, que as indústrias eletrointensivas se instalem aqui, porque, aqui, elas vão poder falar ‘minha pegada de carbono é pequena”, completou o governador.
Política estadual para o hidrogênio
Em julho deste ano, a Assembleia Legislativa do estado aprovou a Política Estadual do Hidrogênio de Baixo Carbono e Hidrogênio Verde. Originalmente o projeto contemplava apenas o hidrogênio de eletrólise (verde), mas incluiu outras rotas de produção.
A política prevê incentivos para fomentar a cadeia produtiva do hidrogênio, especialmente verde, incluindo sua aplicação como fonte energética e produção de fertilizantes agrícolas.
A lei estadual definiu o hidrogênio de baixo carbono como sendo aquele que em seu processo produtivo possua “emissão de gases causadores do efeito estufa menor ou igual a 4kg (quatro quilogramas) de dióxido de carbono equivalente por quilograma de hidrogênio produzido (kgCO2eq/kgH2)”.
O limite de emissão é bem inferior aos 7kgCO2eq/kgH2 estipulados na lei federal que definiu o marco legal do hidrogênio no Brasil.
*Com informações da Agência Minas