Energia

Chinesa SPIC firma acordo com Prumo para hidrogênio e eólica offshore no Açu

Memorando de Entendimentos foi assinado na visita do presidente Lula à China, esta semana

Chinesa SPIC firma acordo com Prumo para hidrogênio e eólica offshore no Açu. Na imagem: Tecnologia para produção de hidrogênio via eletrólise, em alto mar, com turbinas eólicas ao fundo (Foto: Divulgação IEA)
Tecnologia para produção offshore de hidrogênio via eletrólise com energia eólica (Foto: Divulgação IEA)

RIO — A SPIC Brasil, subsidiária da geradora chinesa, fechou um acordo com a Prumo Logística, empresa controlada pelo EIG que é responsável pelo desenvolvimento do Porto do Açu, para projetos conjuntos de energia renovável no complexo portuário localizado no norte do Rio de Janeiro.

O Memorando de Entendimentos (MoU, na sigla em inglês), assinado na visita do presidente Lula à China, esta semana, prevê os estudos de viabilidade de projetos de energia solar, parques eólicos offshore e a produção de hidrogênio verde e azul.

A SPIC já atua no Açu, como sócia da Gás Natural Açu (GNA), na geração termelétrica a gás natural. A primeira usina, com 1.3 GW de capacidade, entrou em operação em 2021. A segunda, com 1,7 GW, está em construção e fornecerá energia a partir de 2025.

Na parceria com a Prumo, a SPIC amplia as frentes de atuação no Brasil, rumo a projetos de hidrogênio verde.

Em nota, a diretora de Desenvolvimento de Negócios da SPIC Brasil, Marcela Pacola, destacou que o hidrogênio verde “é um dos principais vetores de aceleração do processo de transição energética” e que estudará com a Prumo alternativas para produção, armazenamento, transporte e aplicação do hidrogênio na indústria.

A carteira de ativos da SPIC no Brasil soma mais de 3 GW. Além de deter uma fatia da GNA, a geradora chinesa opera a hidrelétrica São Simão, na divisa entre os estados de Minas Gerais e Goiás; e dois parques eólicos na Paraíba — Millennium e Vale dos Ventos.

Também possui participação majoritária em dois projetos solares em fase de implementação no Nordeste – que, juntos, terão 738 MWp.

Fora da China, o Brasil é a principal operação e país de investimento da SPIC no mundo. Globalmente, o grupo está presente em 46 países, possui mais de 200 GW de capacidade instalada, com mais de 62% de fontes renováveis e 1,6 GW em construção.

Brasil e China se aproximam na pauta da transição energética

O acordo entre SPIC e Prumo foi assinado esta semana, durante a visita do presidente Lula e comitiva à China, onde as autoridades celebraram compromissos na área de energias limpas.

Cobrimos por aqui:

Em declaração conjunta divulgada nesta sexta (14/4), Brasil e China afirmam estar comprometidos com o diálogo bilateral para promover a transição energética e a mitigação das emissões de gases de efeito estufa (GEE) “de forma justa e equitativa”, globalmente.

Os dois países afirmam que irão cooperar em pesquisas para desenvolver tecnologias de descarbonização das matrizes energéticas, com ênfase em bioenergia, hidrogênio e combustíveis sustentáveis para aviação (SAF, na sigla em inglês). E observam a necessidade de considerar as características regionais.

Como parte dessa aproximação, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o China Development Bank (CDB) firmaram um acordo nesta sexta (14/4) para captação de até US$ 1,3 bilhão para financiar infraestrutura e economia verde no Brasil.

Embora a declaração das instituições dê destaque à agenda de sustentabilidade ambiental e transição energética, os recursos também poderão ser aplicados em setores como saneamento, petróleo e gás, agricultura e mineração, entre outros.

As condições serão detalhadas em dois documentos: um destinando US$ 800 milhões para investimentos de longo prazo e outro de US$ 500 milhões para aplicações de curto prazo.