Energia

Chinesa CTG planeja produzir hidrogênio verde no Brasil, com foco em exportação

Se bem-sucedida nas pesquisas, CTG espera começar a produzir H2V em escala comercial em quatro anos em Suape

Chinesa CTG planeja produzir hidrogênio verde no Brasil, com foco em exportação. Na imagem, tanque de armazenamento de hidrogênio associado a geração eólica e solar (Foto: Alexander Kirch/Shutterstock)
A CTG prevê investir R$ 45 milhões, nos próximos três anos, em PD&I no TechHub Hidrogênio Verde, parceria com o governo pernambucano e o Senai, lançado nesta segunda (25/7) (Foto: Alexander Kirch/Shutterstock)

RIO — Se bem-sucedida nas pesquisas, a CTG Brasil, braço da China Three Gorges Corporation, espera começar a produzir hidrogênio verde, em escala comercial, no Porto de Suape (PE), em cerca de quatro anos. O vice-presidente corporativo da empresa, José Renato Domingues, conta que o plano da companhia é desenvolver o negócio, no mercado brasileiro, de olho na exportação da produção local.

Antes disso, a CTG prevê investir R$ 45 milhões, nos próximos três anos, em pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I). A companhia, em parceria com o governo pernambucano e o Senai, lançou nesta segunda-feira (25/7) o TechHub Hidrogênio Verde, para desenvolvimento de seis projetos focados na produção, transporte, armazenamento e gestão de H2V.

O TechHub marca a entrada da CTG Brasil no segmento de hidrogênio verde no Brasil. A chinesa atua no país, hoje, na geração de energia hidrelétrica e eólica, com capacidade instalada de 8,3 GW.

“Antes de passar da fase de laboratório para a fase industrial, temos que superar alguns desafios tecnológicos, como a questão da eletrólise e do transporte da amônia ou do metano produzidos a partir do H2V. Esse investimento que estamos fazendo no TechHub vai ser fundamental para nós”, afirma Domingues.

Foco na exportação

Segundo o executivo, o aumento da demanda por descarbonização — e por energia renovável — no mundo e a guerra da Ucrânia tornaram o hidrogênio verde um produto muito disputado no mercado mundial.

“A nossa intenção é exportar o que viermos a produzir no Nordeste, mas primeiro vamos desenvolver as tecnologias aqui em Suape”, disse.

Por enquanto, o TechHub prevê a instalação de seis laboratórios — que funcionarão dentro de contêineres. Além deles, a Termope (Neoenergia) vai instalar um projeto para estudar a geração de energia para veículos a partir do hidrogênio verde.

Para aprofundar:

“Nós estamos convidando todos os players que atuam em Suape para participar do TechHub“, acrescentou o diretor de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Suape, Carlos Cavalcanti.

Suape espera lançar no segundo semestre duas chamadas públicas para a construção de plantas de hidrogênio verde.

Atualmente, o complexo portuário tem memorandos de entendimento assinados, para produção de hidrogênio em Suape, com a White Martins, Brid Logistics, Casa dos Ventos, Qair, Neoenergia/SDEC, Galp Energia, Casa dos Ventos/Nexway, Neoenergia/Senai, Senai e CTG.