RIO – O Brasil já conta com onze projetos de hidrogênio verde com pedidos para conexão à rede elétrica do Sistema Interligado Nacional (SIN), que juntos somam uma capacidade instalada de 45 GW até 2038.
Destes, sete já tiveram portarias emitidas, reconhecendo a viabilidade de conexão com base no critério de mínimo custo global, enquanto os outros cinco continuam em fase de estudo.
Esses projetos, ainda no estágio de análises de viabilidade, somam novos desafios ao setor elétrico e, por isso, foram incluídos no estudo de expansão da Rede Básica do SIN, programado para 2024 pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Segundo Thiago Barral, secretário de Transição Energética e Planejamento do Ministério de Minas e Energia (MME), o objetivo é garantir que o sistema de transmissão esteja preparado para integrar essa nova indústria intensiva em energia, em que cada projeto é da escala de gigawatts.
Os empreendimentos com pedidos de conexão representam uma demanda inicial prevista de 0,9 GW já em 2026, crescendo até 45 GW em 2038.
“O MME está recebendo a sinalização de demanda de infraestrutura de transmissão para conexão de plantas para produção e consumo de hidrogênio da escala de gigawatts”, diz o secretário.
Ele também ressaltou a necessidade de compartilhar esses desafios com associações e agentes do setor, a fim de compreender as escolhas que precisam ser feitas nos estudos de planejamento da transmissão.
Concentração em subestações do Nordeste
Os projetos de hidrogênio em análise estão concentrados em poucas subestações, em especial no Nordeste, o que requer investimentos adicionais em tecnologias que garantam a flexibilidade e o controle do sistema elétrico, de acordo com a EPE.
A entidade destaca que a potência instalada dos projetos até 2038, considerando somente os empreendimentos que pediram acesso à rede no Nordeste, já é equivalente a mais de duas vezes o pico de carga atual da região, de 16,22 GW.
Além disso, a entidade destaca que é preciso adotar uma abordagem de planejamento prospectivo para ajustar as estratégias diante da dinâmica única do mercado de hidrogênio, uma vez que os investimentos bilionários em unidades de produção requerem garantias de conexão.
Conheça os sete projetos que já tiveram portarias emitidas reconhecendo a viabilidade de conexão à rede
- Projeto: Amônia Verde de Pecém
Empresa responsável: Voltalia Energia
Estado: Ceará - Projeto: Planta Fortescue de Hidrogênio Verde
Empresa responsável: Fortescue Sustainable Industries
Estado: Ceará - Projeto: H2 – Pecém
Empresa responsável: Porto do Pecém Geração de Energia (Usina Termelétrica do Pecém)
Estado: Ceará - Projeto: Iracema Amônia Verde
Empresa responsável: Casa dos Ventos
Estado: Ceará - Projeto: Ecohydrogen H2V
Empresa responsável: Unigel – Ecohydrogen Energy
Estado: Bahia - Projeto: Minas Gerais Green Fertilizer Plant – Uberaba
Empresa responsável: Atlas Agro Brasil Fertilizantes
Estado: Minas Gerais - Projeto: H2V – Solatio Piauí
Empresa responsável: Solatio
Estado: Piauí
- Empresas
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