BRASÍLIA — A bp lançou nesta terça (28/2) o cluster de hidrogênio verde na região de Valência (HyVal), na Espanha. A iniciativa público-privada será desenvolvida em fases e pretende alcançar até 2 GW de capacidade de eletrólise até 2030 para produzir hidrogênio verde.
A expectativa é descarbonizar as operações da refinaria de Castellón da bp.
O grupo estima que os investimentos em Castellón podem chegar a 2 bilhões de euros no final da década, com a transformação da refinaria para produzir hidrogênio verde, biocombustíveis e energia renovável.
O plano é substituir o hidrogênio cinza (produzido com gás natural) pelo verde, obtido a partir da eletrólise da água com energia renovável.
Além disso, planeja triplicar a produção de biocombustíveis, para 650 mil toneladas por ano em 2030. O hidrogênio verde também será usado como matéria-prima na produção de biocombustíveis, especificamente de combustível de aviação sustentável (SAF).
Outra aplicação do gás de baixo carbono será nas indústrias intensivas em energia e emissões na região de Valência, como a de cerâmica, indústrias químicas para o produção de amônia verde e no transporte pesado.
Produção em fases
A primeira fase do projeto, prevista para entrar em operação em 2027, envolverá a instalação de uma planta de eletrólise com pelo menos 200MW de capacidade na refinaria de Castellón.
Essa fase inicial deve produzir até 31.200 toneladas de hidrogênio verde por ano, com potencial de evitar a emissão de mais de 300 mil toneladas de CO2 por ano ao substituir o gás natural na refinaria, indústrias termointensivas e transporte pesado.
Na segunda fase, que poderia ser concluída em 2030, a planta de eletrólise seria ampliada para atingir uma capacidade de até 2 GW de potência líquida instalada.
A produção de hidrogênio verde de uma usina de escala mundial poderia atender a demanda regional e nacional, bem como posicionar a região de Valência para exportar hidrogênio verde para o resto da Europa através do corredor mediterrâneo de hidrogênio verde H2Med.
A região foi escolhida por abrigar infraestruturas e instalações estratégicas como portos e capacidade de geração de eólica e solar.
“A produção de hidrogênio verde será mais um passo na autonomia energética estratégica para a Espanha e mais amplamente para a Europa”, defende Carolina Mesa, vice-presidente da bp Hydrogen, Espanha e Novos Mercados.