BP e Ørsted vão investir juntas em hidrogênio verde

Eletrolisador será alimentado por energia gerada por uma eólica offshore de Ørsted no Mar do Norte

BP e Ørsted vão investir juntas em hidrogênio verde

A BP e a Ørsted assinaram nesta terça (10) uma carta de intenções para o desenvolvimento conjunto de um projeto de produção em escala industrial de hidrogênio verde, produzido a partir da eletrólise da água usando energia renovável, com emissões zero de gases do efeito estufa (GEE). Batizado como Lingen Green Hydrogen, o projeto prevê um eletrolisador inicial de 50 MW e infraestrutura associada na refinaria de Lingen, da BP, no Noroeste da Alemanha.

A energia será proveniente de uma eólica offshore de Ørsted no Mar do Norte e o hidrogênio produzido será usado na refinaria.

O projeto deverá produzir uma tonelada por hora de hidrogênio verde ou quase 9.000 toneladas por ano, suficiente para substituir cerca de 20% do atual consumo de hidrogênio cinza da refinaria, evitando cerca de 80 mil toneladas de emissões de CO2 equivalente por ano, ou o equivalente às emissões de cerca de 45.000 carros na Alemanha.

A meta é construir, no longo prazo, mais de 500 MW de capacidade de eletrólise por energia renovável em Lingen. Isso poderia fornecer hidrogênio verde para atender toda a demanda de hidrogênio da refinaria e fornecer matéria-prima para a potencial futura produção de combustível sintético.

A decisão final de investimento está prevista até o final de 2022 para que o projeto esteja operacional em 2024. 

Lingen Green Hydrogen oferece a oportunidade de acelerar significativamente  a redução de emissões em nossa refinaria e acumular experiência de produção e implantação de hidrogênio verde em larga escala”, comentou Dev Sanyal, vice-presidente executivo, gás e energia de baixo carbono da bp

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Descarbonização

A BP estima que o hidrogênio vai desempenhar um papel crítico na descarbonização dos setores de energia, indústria e transporte, especialmente aqueles que são difíceis de eletrificar ou caros. 

O desenvolvimento de negócios em tecnologias emergentes como o uso e armazenamento de hidrogênio e carbono (CCUS) é parte integrante da estratégia da BP de se transformar em uma empresa integrada de energia.

Em fevereiro, a BP anunciou a ambição de se tornar uma empresa neutra em emissão de carbono até 2050. A promessa representa a neutralização de 415 milhões de toneladas equivalentes de CO2 (tCO2e), sendo 55 milhões/ano das próprias operações da companhia e 360 milhões/ano relativos à produção de petróleo e gás da BP.

Entenda

A eletrólise divide a água em gases hidrogênio e oxigênio. Quando alimentado por energia renovável, produz hidrogênio “verde”, sem gerar emissões diretas de carbono.

O hidrogênio é amplamente utilizado em processos de refinaria, como em Lingen. Normalmente, é produzido pela reforma do gás natural, o que resulta em emissões de CO2. Isso também é conhecido como hidrogênio “cinza”.

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