Energia

bp começará a produzir hidrogênio em verde em 2025

A bp anunciou hoje (29) o projeto HyGreen Teesside, uma unidade de produção de hidrogênio verde (H2V) no nordeste da Inglaterra
bp anunciou hoje (29) o projeto HyGreen Teesside, uma unidade de produção de hidrogênio verde (H2V) no nordeste da Inglaterra - Foto: Divulgação bp

A bp anunciou hoje (29) o projeto HyGreen Teesside, uma unidade de produção de hidrogênio verde (H2V) no nordeste da Inglaterra, com capacidade de 500 MW de geração até 2030.

A planta deve começar a operar em 2025. Na primeira etapa será possível produzir 60 MW, o suficiente para substituir o combustível fóssil de 1,3 mil caminhões, afirma Bernard Looney, CEO da bp.

“Queremos ajudar a transformar um dos centros industriais do Reino Unido no coração verde do país”, diz.

A companhia espera unir o potencial do hidrogênio verde ao projeto já em desenvolvimento de hidrogênio azul, o H2 Teesside, na mesma região.

A estimativa é que a capacidade combinada de 1,5 GW de ambos os projetos possa atingir 30% da meta do governo do Reino Unido de desenvolver 5 GW de produção de hidrogênio até 2030.

O hidrogênio azul é produzido a partir do gás natural com captura e armazenagem de carbono (CCUS). Já o verde, em geral, é feito a partir do processo de eletrólise da água, alimentado por energias renováveis, como eólica e solar.

Hidrogênio para descarbonizar o transporte

A região de Teesside abriga cinco dos 25 maiores emissores de gases do efeito estufa do Reino Unido, e é responsável por 5% da emissões industriais do país.

Além da indústria, a bp espera  descarbonizar o transporte da região, criando o primeiro grande centro de transporte movido a hidrogênio do Reino Unido, abrindo caminho para a aplicação do combustível em grande escala, no transporte pesado, aeroportos, portos e ferrovias no país.

“O hidrogênio com baixo teor de carbono será essencial para a descarbonização de setores industriais difíceis de abater, incluindo transporte pesado. Juntos, o HyGreen e o H2Teesside podem ajudar a transformar Teesside no coração verde do Reino Unido, fortalecendo seu povo, comunidades e negócios. Este é exatamente o tipo de energia que queremos criar e, mais importante, entregar”, defende Louise Jacobsen Plutt, vice-presidente sênior de hidrogênio e CCUS da bp.

Para o secretário de transporte do Reino Unido, Grant Shapps, o novo projeto é uma ótima oportunidade para que o país alcance as metas assumidas na última Conferência do Clima da ONU, a COP26.

“Esta é uma excelente notícia após a recente cúpula da COP26 e espero apoiar a indústria no desenvolvimento de novas tecnologias à medida que construímos um sistema de transporte mais limpo e trabalhamos em direção a um futuro líquido zero.”

Além dessas iniciativas, a bp também está buscando projetos para a produção de hidrogênio verde em suas refinarias em Roterdã, na Holanda, Lingen na Alemanha, e Castellon, na Espanha, e vem estudando a viabilidade para a produção de H2V na Austrália.

Petroleiras investem em hidrogênio verde

Além da britânica bp, outras majors europeias estão investindo na tecnologia de H2V como alternativa para descarbonizar suas atividades e atender pressões sociais e de acionistas por estratégias claras de transição energética.

A francesa TotalEnergies negocia no Brasil a assinatura de um memorando de entendimento com o governo do Ceará para produção de hidrogênio verde, no futuro Hub de Hidrogênio no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP).

A companhia também desenvolve, na França, a construção de uma unidade capaz de produzir cinco toneladas de H2V por dia.

Já a Shell está desenvolvendo no Porto de Roterdã, na Holanda, uma planta com capacidade de 200 MW de eletrólise para produção de hidrogênio verde.

Executivos da companhia estiveram reunidos no início do mês com representantes do governo do Ceará, na Holanda, para falar sobre possíveis investimentos no Hub de Hidrogênio Verde no Porto do Pecém.

No mês passado, a espanhola Repsol também anunciou mais de US$ 1,5 bilhão em investimentos na produção de hidrogênio verde até 2025.

Segundo o presidente-executivo Josu Jon Imaz, a gigante espanhola de energia pretende ter cerca de 550 MW de capacidade de geração de hidrogênio renovável nos próximos quatro anos, até alcançar 1,9 GW em 2030.