RIO — O projeto que pretende conectar o Norte da África à Europa com um corredor de transporte de hidrogênio verde está entrando na fase de estudos conjuntos de viabilidade técnica e econômica.
Na segunda (14/10), empresas da Alemanha, Argélia, Itália e Áustria assinaram um memorando de entendimento (MoU) no projeto SoutH2 Corridor, que mira a exportação do energético por meio de gasoduto.
A cerimônia de assinatura foi presidida pelo Ministro de Energia e Minas da Argélia, Mohamed Arkab, com a presença de empresários e embaixadores da Itália, Alemanha e Áustria.
Entre as empresas envolvidas no acordo estão a Sonatrach e Sonelgaz (Argélia), VNG (Alemanha), Snam e SeaCorridor (Itália) e Verbund Green Hydrogen (Áustria).
Hans-Joachim Polk, membro do Conselho de Administração da VNG, disse que o projeto é importante para a segurança energética da Europa.
“A Argélia tem um enorme potencial na produção desta futura fonte de energia. Se pudermos obter hidrogênio verde da Argélia, diversificaremos nosso portfólio de fornecimento corporativo e faremos uma contribuição importante para a futura segurança do fornecimento com gases descarbonizados”.
“A cooperação internacional desempenhará um papel essencial na implementação da economia do hidrogênio na Alemanha e no resto da Europa, porque a demanda por hidrogênio não pode ser atendida apenas pela produção doméstica”, completou Polk.
Reduzir dependência europeia dos fósseis
O projeto visa fortalecer a cooperação internacional para reduzir a dependência da Europa de combustíveis fósseis.
O SoutH2 Corridor é considerado um Projeto de Interesse Comum (IPCEI, na sigla em inglês), pela União Europeia, visando conectar as regiões ricas em energias renováveis do Norte da África, como a Argélia, às demandas crescentes de hidrogênio na Europa, particularmente em Itália, Áustria e Alemanha – países hoje altamente dependentes de importação de gás natural.
A iniciativa é parte do European Hydrogen Backbone, um ambicioso plano para criar uma rede de gasodutos prontos para o hidrogênio que atravesse o continente europeu, incluindo outra rede que deverá conectar Espanha, França e Alemanha.
O corredor, que terá 3.300 km de extensão, visa transportar mais de 4 milhões de toneladas de hidrogênio por ano a partir de 2030.
A ideia inicial é readequar mais de 70% de gasodutos existentes, permitindo uma solução econômica para o transporte do hidrogênio.