RIO – A Alemanha e o Canadá assinaram nesta segunda (18/3) um Memorando de Entendimento para estabelecer o primeiro programa bilateral de comércio de hidrogênio entre os dois países.
A iniciativa pretende acelerar o comércio do energético em escala comercial, garantindo o acesso antecipado dos produtores canadenses de hidrogênio limpo ao mercado alemão.
“O anúncio de hoje é uma prova da posição do Canadá como fornecedor global preferido de energia limpa e permitirá a criação de empregos sustentáveis, crescimento econômico limpo, reduções de emissões e segurança energética no país e no estrangeiro”, disse o ministro candense da Energia e Recursos Naturais Jonathan Wilkinson.
O anúncio oficial do governo canadense cita a crise energética na Europa, consequência da invasão russa à Ucrânia, como um dos motivos para o acordo, em um tom crítico ao presidente recém reeleito da Rússia.
“Enquanto Vladimir Putin continua usando a energia como arma na sua guerra ilegal contra a Ucrânia, o Canadá está trabalhando com os aliados europeus para substituir as importações de petróleo e gás russos e combater as alterações climáticas com hidrogênio limpo canadense”, diz o comunicado.
O Canadá vem adotando uma série de políticas de incentivos para produção e exportação de hidrogênio limpo, que incluem créditos fiscais e um total de 297 milhões de dólares em empréstimos para o desenvolvimento das exportações.
Até agora, mais de 80 projetos de produção de hidrogênio com baixo teor de carbono foram anunciados no Canadá.
Leilão subsidiado de hidrogênio verde
O acordo prevê que as transações comerciais aconteçam dentro da iniciativa H2Global – que consiste em leilões subsidiados pelo governo alemão para a compra de hidrogênio verde, compensando a diferença entre os preços de oferta e procura.
O memorando de entendimento estabelece que o leilões de compra de hidrogênio entre os países sejam anunciados até junho deste ano.
No mês passado, a Alemanha anunciou 3,5 bilhões de euros (3,8 bilhões de dólares) de recursos para aquisição de hidrogênio verde e derivados, entre 2027 e 2036.
Os três primeiros leilões do H2Global para importações de amônia verde, metanol e e-SAF estão atualmente em curso.
Para Roberto Habeck, ministro de Assuntos Econômicos e de Proteção Climática da Alemanha, a colaboração entre os países no H2Global pode fechar a lacuna existente em relação ao preço do hidrogênio limpo, ainda pouco competitivo quando comparado ao de origem fóssil.
“Isto apoiará o desenvolvimento da capacidade de produção de H2 com o objetivo de aumentar a disponibilidade de hidrogênio”, disse o ministro alemão.