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Airbus estuda hubs de hidrogênio em grandes aeroportos nos EUA e Canadá

Fabricante de aeronaves planeja decolar o primeiro modelo movido a hidrogênio em 2035

Airbus estuda a viabilidade de hubs de hidrogênio para abastecimento de aeronaves em cinco grandes aeroportos nos EUA e Canadá. Na imagem: Avião ZEROe sobrevoa aeroporto de Atlanta próximo à torre de controle (Foto: Divulgação Airbus)
(Foto: Divulgação Airbus)

RIO – A Airbus anunciou, nesta terça (21/5), o estudo de viabilidade de hubs de hidrogênio para abastecimento de aeronaves em cinco aeroportos, nos Estados Unidos e no Canadá.

A fabricante de aeronaves planeja decolar o primeiro modelo movido a hidrogênio em 2035 e lançou, recentemente, o programa Hydrogen Hub at Airports, para impulsionar a pesquisa sobre requisitos de infraestrutura e operações aeroportuárias de baixo carbono em toda a cadeia de valor.

Outros dez países estão na rota do programa, já com acordos firmados entre parceiros e aeroportos: França, Alemanha, Itália, Japão, Nova Zelândia, Noruega, Singapura, Coreia do Sul, Suécia e Reino Unido.

Nos EUA, a companhia irá avaliar a viabilidade de um centro de hidrogênio no Aeroporto Intercontinental George Bush (IAH), em Houston, Texas, e no Aeroporto Internacional Hartsfield-Jackson Atlanta (ATL), Georgia.

A iniciativa no Texas é uma parceria com o Centro para o Futuro de Houston (CHF) e o Sistema Aeroportuário de Houston (Houston Airports), que além do IAH, controla outros aeroportos na região, uma das principais portas de entrada internacionais de passageiros e carga para o centro-sul dos Estados Unidos e a principal porta de entrada para a América Latina.

Já em Atlanta, a companhia fechou um acordo com a Delta Air Lines e a Plug Power, para estudar a viabilidade de um hub baseado em hidrogênio no aeroporto considerado o mais movimentado do mundo.

Aposta no hidrogênio

“Os EUA têm acesso fácil e massivo a energias renováveis adicionais para produzir hidrogênio verde, e os aeroportos procuram um mix energético diversificado e equilibrado para serem mais resilientes e ajudarem a reduzir o impacto da aviação no ambiente. O hidrogênio é um facilitador chave para isso”, disse Karine Guénan, vice-presidente do ecossistema ZEROe da Airbus.

A fornecedora de equipamentos de hidrogênio de eletrólise Plug Power está construindo um ecossistema de ponta a ponta, na Geórgia, incluindo a fabricação de eletrolisadores, células de combustível e instalações de hidrogênio.

“O potencial para descarbonizar a aviação com hidrogênio verde é substancial”, observa Andy Marsh, CEO da Plug.

“Temos um fornecimento pronto de hidrogênio verde para apoiar o aeroporto a partir da nossa nova fábrica de produção em Woodbine, Geórgia, a maior fábrica de hidrogênio verde nos EUA”, completa.

Já a Delta, maior companhia aérea que opera no aeroporto de Atlanta, defende que a aviação precisa explorar novos caminhos para que a indústria alcance um futuro mais sustentável nas viagens até 2050, e enxerga o hidrogênio como estratégico.

Em março de 2022, a companhia aérea firmou um memorando de entendimento (MoU) com a Airbus para colaborar na pesquisa e desenvolvimento de aeronaves movidas a hidrogênio.

De olho no crescimento da demanda do Canadá

No Canadá, a empresa assinou um MoU com a companhia aérea ZeroAvia e com três aeroportos para estudar infraestruturas de hidrogênio.

A intenção é avaliar a viabilidade de hubs nos aeroportos internacionais Montreal-Trudeau (YUL), Pearson, de Toronto (YYZ), e Vancouver (YVR).

A executiva da Airbus disse que o Canadá é “uma das regiões mais promissoras” para centros de hidrogênio, graças ao seu potencial para a produção utilizando energias renováveis.

Segundo a Iata, o transporte aéreo no Canadá deve crescer 51% nos próximos 20 anos, o que resultaria em viagens adicionais de 39,8 milhões de passageiros até 2037.

Para Val Miftakhov, CEO da ZeroAvia, a aviação comercial movida a hidrogênio deve acontecer antes de 2030.

“Por isso precisamos de começar a trabalhar arduamente para nos prepararmos para a infraestrutura de hidrogênio necessária para apoiar a indústria da aviação e os aeroportos à medida que entram numa nova era de ouro do voo limpo”.