Hub de hidrogênio

Açu reserva mais dois milhões de metros quadrados para projetos de hidrogênio verde

Nova área se soma a 1 milhão de metros quadrados já licenciados no porto no norte do estado do Rio de Janeiro

Porto do Açu, na região norte do estado do Rio de Janeiro
Porto do Açu, na região norte do estado do Rio de Janeiro | Foto: Divulgação Prumo Logística

RIO – O Porto do Açu – controlado pelo Prumo Logística – irá reservar mais dois milhões de metros quadrados de sua área para projetos de hidrogênio verde destinados à produção de e-metanol e combustível sustentável de aviação (SAF), disse o CEO da Prumo Logística, Rogério Zampronha, na última quarta (4/12). 

Esta nova área se soma a 1 milhão de metros quadrados já licenciados no porto localizado no norte do estado do Rio de Janeiro, com contratos de reserva pelas empresas Fuella e a HIF Global

“Não são memorandos de entendimento, são contratos de locação pagos com empresas internacionais”, disse Zampronha em encontro com jornalistas. 

A norueguesa Fuella assinou o primeiro contrato do hub para desenvolver uma planta de amônia verde de até 520 MW. Já a HIF Global planeja uma instalação para produção de e-metanol, para a descarbonização do transporte marítimo.

“As grandes petroleiras deixaram de ser protagonistas [na transição energética]. Agora percebemos empresas financiadas por fundos de capital privado, soberanos ou verdes, como a Fuella e a HIF Global”, avaliou o CEO. 

Para o executivo da Prumo, o transporte marítimo vai ser um divisor de águas no uso de combustíveis verdes, por conta da sua maior viabilidade econômica. 

“O impacto do custo adicional para o consumidor final é menor, pois é diluído em grandes volumes de carga. […] Enxergamos uma pressão significativa, especialmente da União Europeia, para a adoção do e-metanol em novas embarcações”, explicou.

Parcerias estratégicas 

Além dos contratos firmados com Fuella e HIF, o Porto do Açu espera anunciar mais duas empresas interessadas em produzir combustíveis verdes para a aviação e navegação a partir do hidrogênio.

Outra parceria estratégica está em desenvolvimento com a Vale, que estuda um mega hub no porto para produção de ferro-esponja (HBI), utilizando hidrogênio verde, como parte de sua cadeia de descarbonização do aço. 

“O projeto de HBI amadureceu muito, e não mudou seu curso com o novo CEO da Vale”, disse Zampronha. 

O projeto da Vale integra a Plataforma de Investimentos em Transformação Climática e Ecológica do Brasil e foi selecionado pelo governo brasileiro para captar US$ 2,5 bilhões internacionalmente.

A Vale, inclusive, assinou um acordo no início do ano com a Anglo American para adquirir 15% de participação acionária da Anglo American Minério de Ferro Brasil, que atualmente detêm os recursos da Vale da Serra da Serpentina, e o minerioduto Minas-Rio, que transporta minério de ferro até o Porto no Açu.

Zampronha explica que este minerioduto utiliza água no transporte do mineral, e que essa água será reutilizada no futuro para produção de hidrogênio verde pelos projetos que devem se instalar no hub do Açu.

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