O Porto do Açu planeja para o segundo trimestre de 2021 o início das operações da termelétrica GNA 1. A planta, atualmente em processo de comissionamento, que faz parte de um investimento de R$ 9 bilhões, que envolve também um terminal de regaseificação de GNL e a construção de uma segunda termelétrica, GNA 2, que deve consumir cerca de R$ 4,5 bilhões do orçamento total.
A previsão para entrada em operação da térmica foi anunciada em coletiva na manhã desta quarta-feira (9) por Carlos Tadeu Fraga, CEO da Prumo Logística. A previsão para início das obras da usina GNA 2 foi postergada para 2021 por conta do aumento de casos de Covid-19 na região.
As usinas somam 3 GW de capacidade instalada com geração a partir do GNL, mas a empresa já possui licença para instalação de 6,4 GW.
Originalmente o Porto do Açu pretendia tocar a construção das duas plantas simultaneamente. “Mas vamos ter que desmobilizar a força de trabalho agora e aguardar momento seguro para a construção”, comentou Fraga.
O terminal de GNL está concluído e deve receber as primeiras cargas em breve. Paralelamente a empresa afirma estar em processo avançado de licenciamento de uma UPGN. A instalação terá capacidade de até 40 MMm³/d em expansão modular.
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Açu vai participar em leilões para térmicas
Tadeu Fraga contou que nos planos de curto prazo está também a conclusão das obras para dois dutos de transporte de gás. O Gasinfe – que vai ligar o Porto do Açu ao Terminal Cabiúnas, em Macaé – deve passar por audiência pública até janeiro. O Gasog, que interligada o Porto do Açu ao GASCAV, também está licenciamento.
O objetivo principal da empresa é estimular o consumo de gás dentro da própria área do Açu tanto para consumo industrial quanto para geração de energia.
A ideia é participar ativamente dos próximos leilões para permitir o crescimento da demanda termelétrica e industrial no porto.
O governo deverá realizar quatro leilões em 2021 para contratar novos projetos de geração de energia em 2021, após ter cancelado licitações previstas para este ano. Os primeiros leilões vão se destinar a hidrelétricas, eólicas, solares e a biomassa, enquanto os programados para o segundo semestre envolveriam essas fontes e também termelétricas a gás, carvão e projetos de recuperação energética de resíduos sólidos urbanos (RSU).
De acordo com portaria da pasta no Diário Oficial da União, a primeira rodada de licitações em junho que vem será nas modalidades A-3 e A-4. Já as concorrências de setembro serão A-5 e A-6. As térmicas a gás natural poderão competir sem restrição de limite para a chamada inflexibilidade operativa, segundo as determinações do ministério
A empresa aposta ainda que o Porto do Açu estará nos planos dos agentes produtores de gás offshore para a construção de novas rotas de escoamento.
” Existem alternativas para esses pontos de chegada e o Açu é uma delas”, disse Firmo. ” Essas decisões serão tomadas pelos agentes produtores do gás offshore, mas há alguns projetos que vão gerar o vetor principal de decisão, um deles é Pão de Açúcar, outro é o Bacalhau”, citou.
Ambos os projetos são tocados pela Equinor. A empresa estuda instalar um FPSO para produção de gás e condensado no área do bloco exploratório BM-C-33, onde está a descoberta de Pão de Açúcar, em águas profundas da Bacia de Campos.
Os estudos iniciais da empresa apontam para uma unidade de produção com capacidade de produzir entre 16 e 20 milhões de m3/dia de gás natural, com 8 a 12 risers. O primeiro gás poderia ser produzido, a depender de outros fatores, a partir de 2026.
Para Bacalhau, a Equinor oficializou a contratação da Modec para fornecer o navio-plataforma, do tipo FPSO, que será utilizado para a produção de petróleo e gás do campo.A Modec será responsável pelo projeto e construção do FPSO, incluindo contratação dos módulos do topside, bem como sistemas marítimos e de casco. A primeira produção de petróleo está planejada no período entre 2023-2024.
O Porto do Açu se prepara para construir um parque de tancagem para armazenar até 11,4 milhões de toneladas de barris de óleo e integrar o parque à malha de dutos. O planejamento da expansão das instalações ocorre enquanto o Porto do Açu prepara a abertura de capital da subsidiária Açu Petróleo S.A.
Hoje, o terminal de transbordo do Açu tem capacidade licenciada para 1,2 milhões de barris, o que pode ser expandido para até 2,1 milhões.
A empresa ainda aposta na possibilidade de atrair uma fábrica de fertilizantes para o Açu. De acordo com Firmo, a falta de infraestrutura ferroviária no porto não seria um problema, uma vez que mais da metade que toda a distribuição de fertilizantes no Brasil é feita por rodovia.
Mas a companhia acompanha a discussão acerca de uma conexão ferroviária que atravesse a região, entre as propostas está a ferrovia EF 118, que ligaria o Rio de Janeiro a Vitória, no Espírito Santo.
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