Gás Natural

Há dois anos à venda pela Petrobras, TBG troca de comando

Erik da Costa Breyer, ex-diretor financeiro da Taesa, assume a presidência da companhia, no lugar de Cynthia Silveira

Há dois anos à venda pela Petrobras, TBG troca de comando. Na imagem: Tubulações metálicas em estação de entrega de gás do Gasbol em Canoas, no Rio Grande do Sul (Foto: Divulgação TBG)
Estação de entrega de gás do Gasbol em Canoas, no Rio Grande do Sul (Foto: Divulgação TBG)

RIO — A Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG) terá um novo comando em 2023. Erik da Costa Breyer, ex-diretor financeiro da Transmissora Aliança de Energia Elétrica (Taesa), assume a presidência da companhia, no lugar de Cynthia Silveira.

Breyer fez carreira no setor elétrico. Antes da Taesa, foi diretor financeiro da Neoenergia, Coelba, Itapebi Geração de Energia e conselheiro de administração da AES Tietê. Fora da indústria de energia, foi também presidente da Invepar, diretor financeiro do BB Seguros e diretor do Banco do Brasil.

Silveira deixa o cargo depois de ficar pouco mais de um ano no comando da TBG. Ela assumiu a transportadora em dezembro de 2021, em meio à tentativa da Petrobras de vender o controle da empresa — negócio que acabou não se concretizando desde então.

Breyer será, portanto, o terceiro executivo a presidir a TBG desde o início do processo de desinvestimento do ativo pela Petrobras. Antes de Silveira, a companhia foi chefiada por Erick Portela.

Resta saber, contudo, qual será a posição da Petrobras, sob nova administração, sobre a continuidade da venda.

O gabinete de transição de governo chegou a pedir a suspensão dos desinvestimentos da Petrobras até a posse de Lula. Membro do grupo de transição e indicado para presidir a estatal, Jean Paul Prates (PT-RN) mencionou a TBG como um “processo complexo que envolve relações com o governo da Bolívia” e disse que a venda do ativo “não é uma coisa que se possa fazer a toque de caixa no final do governo”.

Venda da TBG é parte de acordo com Cade

A privatização da TBG faz parte do termo de cessação de conduta (TCC) assinado pela Petrobras com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), em 2019, para abertura do mercado de gás natural.

Na ocasião, a petroleira se comprometeu a sair integralmente dos negócios de distribuição e transporte de gás.

Desde então, a Petrobras se desfez da Gaspetro (agora Commit), Nova Transportadora do Sudeste (NTS) e Transportadora Associada de Gás (TAG). A TBG era, portanto, o último passo dentro do compromisso de sair do transporte de gás.

A Petrobras custou a lançar oficialmente no mercado o processo de desinvestimento da TBG, em meio às discussões na Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) sobre a revisão da base regulatória de ativos (BRA) do gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol) — que serve de base para cálculo das tarifas e, por consequência, das receitas da TBG.

O então presidente da Petrobras à época, o economista Roberto Castello Branco, fez críticas públicas à ANP. Chegou a dizer que um diretor da agência estava “sentando em cima” do processo, atrasando-o.

Desde que a Petrobras lançou o processo de desinvestimento no mercado, no fim de 2020, a TBG passou por mudanças em seu quadro de sócios. A Fluxys, grupo belga de infraestrutura de gás natural, comprou as fatias da americana EIG Global Energy Partners e TotalEnergies na transportadora.

A TBG é controlada pela Petrobras, com 51% de participação, em sociedade com a boliviana YPFB (19,88%) e a Fluxys (29,12%).