O ministro da Economia, Paulo Guedes, indicou que o governo não contará mais com a capitalização da Eletrobras para 2020. Em coletiva com outros ministros e o presidente Jair Bolsonaro sobre ações acerca do coronavírus, Guedes afirmou que o Executivo deve retirar do orçamento a receita prevista de R$ 16 bilhões com a privatização da estatal.
“Como isso, [a privatização da Eletrobras] não se configura, nós tivemos que rever o orçamento e vê que tem uma desaceleração econômica”, disse o ministro, em referência à reação do governo e legislativo durante a crise.
No início da semana, a equipe econômica divulgou que considerava a privatização da empresa como uma das três medidas estruturantes para serem aprovadas no Congresso Nacional durante a crise sanitária do coronavírus. Em entrevista à Folha de S. Paulo na segunda (16), o ministro defendeu o projeto como forma de liberar R$16 bilhões para aliviar as contas da União.
O projeto de privatização da Eletrobras, entregue pelo governo em novembro do ano passado, segue na Câmara dos Deputados, sem tramitação, já que o governo não conseguiu articular um interesse mínimo pela aprovação da matéria no Senado. Rodrigo Maia vem afirmando nos bastidores, desde o ano passado, que a privatização demandará um esforço que será em vão, caso o projeto estiver destinado a morrer no Senado.
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“Vamos transformar esses quatro meses, em vez de pavor, de pânico, vamos transformar isso em coragem, nas reformas estruturais”, afirmou Paulo Guedes a defender que, apesar da priorização de medidas voltadas para a redução de impactos da covid-19, o País ainda tem chance de crescer em 2020.
Nesta quarta (18), diversas instituições financeiras revisaram as projeções do PIB brasileiro e acreditam que o Brasil está em rota de recessão – J.P. Morgan (-1,0%), Guide Investimentos (-0,7%) e Itaú Asset Management (-0,3%).
Além dos gastos emergenciais e da desaceleração das atividades econômicas, o País sofre com os impactos da guerra de preços de petróleo, que derrubam o valor de referência da commodity, o Brent. Contratos futuros são negociados hoje a menos de US$ 25 por barril, impacto parcialmente amenizado pela alta do dólar.
O Instituto Fiscal Independente (FII) do Senado Federal estima que a perda com arrecadação de royalties e participações especiais possa chegar a R$ 15 bilhões.
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