RIO – O Ministério de Minas e Energia (MME) retirou a indicação de Carlos Eduardo Turchetto Santos para o Conselho de Administração da Petrobras. Turchetto, que é CEO da Companhia Mineira de Açúcar e Álcool, foi substituído pelo ex-diretor da Aneel, Efrain Pereira da Cruz.
A substituição era esperada de Turchetto para a semana passada.
É a segunda alteração que o governo faz nas indicações para o Conselho de Administração da Petrobras. No último dia 2, o MME substitutiu Wagner Victer por Bruno Moretti.
Efrain da Cruz é da cota do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e ligado aos senadores Marcos Rogério (PL/RO) e Davi Alcolumbre (União/AP).
Chegou a ser cotado para secretário-executivo do MME, cargo pendente de nomeação.
Para aprofundar:
- Petrobras e Equinor estudam parceria de até 14,5 GW em eólica offshore
- Prates defende equilíbrio entre dividendos e investimento na Petrobras
- Governo vai taxar exportações de óleo para pagar desconto em combustíveis
Leilões de energia como âncora para gasodutos
Ainda diretor-geral da Aneel, em 2020, Efrain da Cruz defendeu que leilões locacionais de usinas termelétricas podem ser usados para ancorar investimento na expansão da oferta de gás natural.
“Assim como temos uma demanda forte de Santa Catarina com a questão do carvão, a gente vem estudando a questão dos leilões de térmicas ancorando o gás natural. Para a agência, é indiferente as térmicas serem à gás, mas sim a possibilidade de colocá-la onde seja interessante”, explicou, na época, durante transmissão promovida pelo Estadão.
O uso de térmicas à gás como uma medida para garantir o consumo de gás natural nacional, especialmente do pré-sal, foi debatido como sugestão de associações do setor e parlamentares à Nova Lei do Gás, aprovada em 2021. A proposta, defendida pela Abegás, foi centro de discussão levantadas por distribuidoras de gás, entre outros elos do setor.
Todos os indicados para o CA da Petrobras
O governo manteve a indicação de Pietro Mendes para presidir o Conselho de Administração da Petrobras, atualmente comandando por Gileno Barreto.
- Pietro Mendes, presidente;
- Jean Paul Prates;
- Efrain Pereira da Cruz;
- Vitor Eduardo de Almeida Saback;
- Eugênio Tiago Chagas Cordeiro Teixeira;
- Bruno Morelli (indicado pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos);
- Sergio Machado Rezende;
- Suzana Kahn Ribeiro.
Indicados para a diretoria da Petrobras
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, começou a definir a nova diretoria da estatal em fevereiro e já indicou sete nomes para o alto escalão da empresa.
- Carlos Travassos, diretor de Desenvolvimento da Produção, no lugar de João Henrique Rittershaussen, entre a saída de Caio Paes de Andrade e a chegada de Prates;
- Claudio Schlosser, para Comercialização e Logística, no lugar de Cláudio Mastella;
- Carlos Augusto Barreto, na diretoria de Transformação Digital e Inovação. Sai Paulo Palaia.
- Clarrise Coppeti, com Relacionamento Institucional e Sustentabilidade, no lugar de Rafael Chaves;
- Joelson Falcão, em Exploração e Produção, no lugar de Fernando Borges;
- William França, em Refino e Gás Natural, com a saída de Rodrigo Costa Lima e Silva;
- Sergio Caetano Leite, diretor Financeiro e de RI, para substituir Rodrigo Araujo Alves.
Prates tem questionado a atual política de dividendos da empresa e defendido um equilíbrio maior entre a remuneração aos acionistas e investimentos em “bons projetos”. O governo Lula (PT) cobra mais investimentos por parte da empresa — entendida, dentro da cartilha petista, como indutora do desenvolvimento econômico.
Também afirmou que a petroleira não vai mais, “necessariamente, sair vendendo ativos por decisões governamentais” — em referência, em especial, ao plano de venda das refinarias.
Veja abaixo as estratégias defendidas pelo presidente da Petrobras
Quem é quem na próxima diretoria da empresa
Claudio Romeo Schlosser:
Ingressou na Petrobras em 1987. Foi gerente geral da Refinaria Henrique Lage (Revap) e da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), gerente e diretor da Fábrica Carioca de Catalizadores; vice-presidente da Petrobras America e gerente executivo de Refino, Petroquímica e Fertilizantes da Petrobras.
É engenheiro químico formado pela Universidade Federal de Santa Maria, e advogado pela Pontifícia Universidade Católica de Petrópolis (RJ). Tem MBA em Finanças pela FGV e Gestor pelo INSEAD e Fundação Dom Cabral, além de MBA Executivo pela Rice University, Houston.
Carlos Travassos:
Tem 33 anos na Petrobras, com passagens pelas diretorias de Exploração e Produção e de Desenvolvimento da Produção, com atuação no Brasil e no exterior tanto em frentes operacionais como em posições de liderança. Ocupa atualmente a posição de gerente executivo de Sistemas de Superfície, Refino, Gás e Energia.
É formado em Engenharia Mecânica.
Joelson Falcão:
Ingressou na Petrobras em 1987 como Engenheiro de Equipamentos. Foi gerente de operação de diversas plataformas, Gerente Geral das unidades da Petrobras no Amazonas, Rio Grande do Norte/Ceará e da Bacia de Campos. também foi Gerente Executivo de águas profundas e Gerente Executivo de águas ultraprofundas. Atualmente, esteve responsável pela Gerência Executiva de Segurança, Meio Ambiente e Saúde da Petrobras.
É engenheiro mecânico pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com MBA em gestão empresarial pela FGV e especialização em gestão avançada pelo INSEAD, França.
William França da Silva:
Iniciou sua carreira na Petrobras como engenheiro de processamento, em 1988, na Refinaria Duque de Caxias (Reduc). Foi gerente de ativo da Refinaria Guillermo Bell/Bolívia e gerente geral das refinarias RPBC (Cubatão-SP); Regap (Betim-MG); RLAM (Mataripe-BA); e Reduc (Duque de Caxias-RJ). Foi também gerente executivo e diretor da Transpetro e da Transpetro Internacional.
É formado em Engenharia Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e em Direito pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), possui MBA em Gestão Empresarial (COPPEAD/UFRJ) e formação em Gestão Estratégica e Cadeia de Valor (INSEAD/França).
Carlos Augusto Barreto:
Atuou em grandes bancos americanos como o Federal Reserve e Banco Mitsubishi e companhias de vários setores como Charter Communications e Cushman Wakefield. Foi gerente de projetos de TI de larga escala em empresas como IBM e Dun & Bradstreet. É formado na PUC-RJ em Tecnologia da Informação, com cursos de extensão pela New York University (NYU).
Clarice Coppetti:
Vem da Caixa Econômica Federal, onde integra, atualmente, o Comitê de Auditoria. Na CEF, foi vice-presidente de Tecnologia da Informação; fez parte também do Comitê de Risco e foi presidente do Comitê de Tecnologia da Informação.
Também já atuou como membro titular do Conselho Deliberativo e o Conselho Fiscal da Fundação dos Economiários Federais (Funcef) e conselheira de administração da Caixa Capitalização S/A e conselheira suplente do Conselho Fiscal da Caixa Consórcios S/A.
Acumula passagens como diretora Comercial da Companhia de Processamento de Dados do Estado do Rio Grande do Sul (Procergs); diretora de Operações e Serviços da Autoridade Pública Olímpica (APO); e diretora de Relações Institucionais (e financeira) da Norte Energia.
É graduada em Ciências Contábeis e em Ciências Econômicas. É pós-graduada em Gestão Estratégica de Tecnologia da Informação pela FGV e pós-graduanda em Perícia e Direito Bancário pela UniBF/Ibcappa
Sergio Caetano Leite:
Atuou por mais de 15 anos no setor de petróleo como consultor financeiro e no mercado de capitais na gestão de fundos e administração fiduciária.
Foi subsecretário do Consórcio Nordeste, responsável pelas Câmaras Temáticas de Saneamento, de Energias (Energias Renováveis, Petróleo e Gás), e de Infraestrutura e Investimentos. E coordenou ainda a Plataforma de Investimentos do consórcio, na estruturação de financiamentos para os Estados membros nos últimos três anos.
É mestre em Economia e Gestão, administrador de carteiras e fundos de investimentos certificado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), com experiência internacional na área de bancos de investimento e fusões e aquisições no Brasil e no exterior.