Meio ambiente

Governador do Pará defende mediação de Lula sobre exploração da Foz do Amazonas

Helder Barbalho diz que Brasil não pode abrir mão de uma oportunidade de exploração sustentável de combustíveis fósseis

Governador do Pará, Helder Barbalho, e presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a COP27, em Sharm el-Sheikh, Egito
16/11/2022
REUTERS/Mohamed Abd El Ghany
Governador do Pará, Helder Barbalho, e presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a COP27, em Sharm el-Sheikh, Egito 16/11/2022 REUTERS/Mohamed Abd El Ghany

O presidente Luiz Inácio da Silva precisa mediar as conversas entre Petrobras e órgãos ambientais sobre a questão da exploração de petróleo na Foz do Amazonas, disse nesta segunda-feira o governador do Pará, Helder Barbalho, indicando ainda que o Brasil no momento não pode prescindir de avançar em pesquisas na área sensível ambientalmente.

“Na minha visão é necessário, e me disse o presidente da República de que fará isto, um processo de mediação entre Petrobras e os órgãos ambientais para que se permita a pesquisa… sobre o processo de oportunidades da bacia da Foz do Amazonas”, disse Barbalho em seminário do grupo Esfera Brasil.

O governador ainda ponderou sobre a questão de ser contraditório avançar na exploração de fontes de energia fósseis no Brasil em meio as discussões sobre o país expandir o uso de energias renováveis, mas concluiu que não é o momento de desperdiçar oportunidades na área.

“Talvez é uma discussão que a gente possa fazer daqui 50 anos. Mas nesse momento o Brasil tem condição de abrir mão de uma oportunidade de exploração sustentável de combustíveis fósseis? Eu entendo que é uma discussão que deve ser aprofundada, mas não se pode por uma questão de pensamento estreito”, afirmou Barbalho.

A Petrobras há anos tenta abrir uma nova frente de exploração na costa do Estado do Amapá, no norte do Brasil, na região chamada de Margem Equatorial, perto da Guiana, onde a Exxon Mobil fez descobertas importantes.

Mas relatório técnico do Ibama desaconselhou o pedido para perfurar um poço na Foz do Amazonas, citando discrepâncias nos estudos ambientais, entre outras questões.

No mesmo seminário, o vice-presidente executivo de Assuntos Corporativos e Institucionais da mineradora Vale, Alexandre D’Ambrosio, chamou a atenção para baixo número de pessoal para o Ibama fiscalizar grandes áreas e fornecer o licenciamento necessário.

“São limitações técnicas, não ideológicas. Nós precisamos de mais capacitação dos órgãos licenciadores e mais pessoal. Isso é um pleito que a gente tem trazido para o governo federal para ajudar a agilizar os processos de licenciamento”, disse D’Ambrosio.

O Pará abriga a mina de Carajás, a principal de minério de ferro da Vale.

(Por Fernando Cardoso)